A lista de candidatos ao Prémio Nobel da Paz atinge este ano um número recorde de nomeados. Para além das instituições e das ong's habituais, no meio da lista surgem dois senhores da guerra - George W. Bush e Tony Blair - gerando-se de imediato uma onda de polémica e rejeição que não pode deixar o Comité Nobel indiferente...
Em 2003, foi abordada a possibilidade da atribuição ao brasileiro Sérgio Vieira de Mello, responsável da ONU em Timor e em Bagdag, onde viria uma das primeiras vítimas da violência anti-ocupação. Porém, o facto do prémio apenas ser concedido a personalidades vivas gorou esta hipótese!!!
Ainda antes da invasão do Iraque e da deposição do regime de Saddam Hussein, João Paulo II apontava a via do diálogo como caminho a seguir, evitando-se que os mais débeis e desprotegidos continuassem a ser as principais vítimas da tirania. Depois disso, o Papa deu sucessivos sinais de reprovação da guerra preventiva e apelou à rápida pacificação das terras ocupadas...
"Nos seus 25 anos de Pontificado, esta espantosa figura da Igreja tem insistido em fazer-nos recordar que a cultura da Paz deve mover as nossas acções e ser transmitida, através da educação, sobretudo às novas gerações para que sobre a terra vingue a civilização do amor, contrapondo-se à civilização do ódio e da violência" sublinha justamente Maria Barroso Soares, no Diário Económico.
A presidente da Fundação pro Dignitate acrescenta ainda que a doutrina cristã "exige uma prática constante, inspirada no que se ouviu ou no que se lê nos textos sagrados, um coração e uma mente abertas donde partam impulsos fraternos, emoções e sentimentos que nos aproximem dos outros, amando-os, não só para conseguir uma grande paz interior e, com ela, a felicidade de cada um (de que falava Espinosa) mas também para contribuir para a construção de um mundo melhor".
Por tudo isto, pelo potencial de esperança que a liderança de João Paulo II nos inspira, pelo pouco tempo que lhe resta para concluir a sua caminhada entre nós, só posso dizer-vos que o Prémio Nobel da Paz de 2004 ficava-lhe muito bem!
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