quinta-feira, julho 24, 2008

Medicina em 2009!


O Governo aprovou a criação de um novo curso de Medicina na Universidade do Algarve que deverá arrancar em Setembro de 2009...

O Barlavento e o
Público avançaram cedo com a notícia que ontem começou a desenhar-se e que em Maio já tinhamos dado como adquirida. Apesar da ordem de trabalhos do Conselho de Ministros ser secreta, há circuitos que tem mais furos do que uma peneira...

Pessoalmente, José Sócrates fará o anúncio oficial da decisão logo mais à tarde na Universidade do Algarve. Uma excelente notícia para os portugueses e, especialmente, para os algarvios que lutaram ao longo de uma década por esta decisão. Nunca uma causa regional foi motivo de tanta unanimidade!

NOTA POSTERIOR - Afinal, parece que
não foi no Conselho de Ministros, mas através de despacho do ministro da tutela. Mas isso pouco importa, fica aqui o anúncio público!

4 comentários:

Anónimo disse...

CURSO DE MEDICINA: UMA VITÓRIA DOS ALGARVIOS

O dia amanheceu hoje com uma excelente notícia para o Algarve: o Primeiro Ministro virá esta tarde anunciar a aprovação do tão desejado Curso de Medicina, pelo qual toda a região tanto anseia, e pelo qual tantos algarvios e instituições do Algarve tanto têm lutado.

O PSD/Algarve e a JSD/Algarve, em uníssono, aplaudem esta decisão sem quaisquer reticências, tão importante é a sua repercussão a médio prazo na qualidade dos serviços de Saúde prestados na Região. Saúdam a Universidade do Algarve, na pessoa do seu actual Reitor, Prof. Doutor João Guerreiro, e do seu antecessor, Prof. Doutor Adriano Pimpão, por todo o esforço e empenho que colocaram na proposta de criação deste Curso de Medicina, em moldes académicos totalmente inovadores em Portugal, mas que permitirá, espera-se, colmatar o défice grave actualmente existente no número de médicos em exercício no Algarve.

Esta foi uma luta que contou com muitas resistências, dentro do próprio Governo, e outras, até inesperadas, no meio académico nacional. Mas foi uma grande vitória para o Algarve e para os algarvios. Muitos contribuíram e foram solidários com esta luta.

Por isso, também, nesta hora de júbilo, será bom recordar a iniciativa da Juventude Social Democrata do Algarve, que teve a iniciativa e a coragem de sair para a rua, e recolher mais de 9.500 assinaturas para uma Petição que deu entrada e foi discutida no Plenário da Assembleia da República, a exigir do executivo a decisão que finalmente hoje se consagra.

O PSD/Algarve nunca se calará no exercício crítico no seu papel de líder da Oposição. E sempre denunciou e continuará a denunciar os aspectos da governação que considera lesivos para o Algarve. Mas não tem quaisquer complexos em aplaudir aquilo que é bom para o Algarve e para os algarvios. Hoje, é o caso!

Faro, 24 de Julho de 2008

A Comissão Política Distrital do PSD/Algarve
A Comissão Política Distrital da JSD/Algarve

Anónimo disse...

CURSO DE MEDICINA NO ALGARVE: SÓCRATES CUMPRE

O Curso de Medicina será mesmo uma realidade no Algarve. Este era um dos principais compromissos do Partido Socialista com a região. Sócrates cumpre. Esta é, certamente, uma decisão histórica e um dos maiores legados que o Governo do PS deixará para o futuro do Algarve.

Depois da decisão de se avançar de forma definitiva para a construção do Hospital Central do Algarve, resolvendo assim um problema estrutural em matéria de saúde, a preocupação era agora resolver a outra grande questão nesta área: a escassez e o envelhecimento dos médicos (mais de 50% dos médicos no Algarve têm mais de 55 anos). Ora esta decisão será essencial para ultrapassarmos a prazo também mais este problema estrutural da região.

Três razões justificam esta decisão. Primeiro, a criação do Curso de Medicina no Algarve permite formar profissionais que em geral ficam na região. Segundo, com o curso conseguem-se atrair quadros de qualidade para as diversas especialidades, que acumulam actividade médica com actividade formativa. Terceiro, com profissionais mais qualificados nos hospitais consegue-se também mais formação de internos nas especialidades. Em suma: mais médicos e maior qualificação na região.

Neste momento de enorme satisfação, queremos dizer que este projecto só é uma realidade graças ao extraordinário trabalho da Universidade do Algarve, que é cada vez mais a instituição de referência da região e ao empenhamento e tenacidade dos Professores João Guerreiro e Adriano Pimpão, enquanto Reitores da UALG.

Mas é justo afirmar que neste projecto estiveram sempre envolvidas as forças vivas da região e, muito particularmente, os partidos políticos que de forma unida sempre se bateram para que o Curso de Medicina aqui pudesse nascer e desenvolver-se. Juntos, estivemos sempre na primeira linha de apoio à Universidade do Algarve.

Esta decisão honra, pois, quem a tomou: José Sócrates e o seu Governo. Mas honra também e muito esta região que tudo fez para merecer o Curso de Medicina.

Miguel Freitas

Presidente do PS Algarve

Anónimo disse...

A Federação Regional do Algarve da Juventude Socialista congratula o Governo e, em especial, toda a comunidade da Universidade do Algarve pelo anúncio da abertura do novo Curso de Medicina nesta Universidade a funcionar a partir de Setembro do próximo ano.
O carácter inovador deste curso, criado em parceria com a Universidade Nova de Lisboa, que, conforme refere Pedro Lobo (coordenador do Núcleo de Estudantes Socialistas das Universidades do Algarve) “será o primeiro a destinar-se exclusivamente a alunos já licenciados numa das ciências relacionadas com a saúde”, revela a forma séria e responsável como as questões da saúde e do ensino superior são tratadas a nível nacional e ao nível dos responsáveis da região, afirmam os responsáveis desta estrutura jovem socialista.
Tratando-se de uma reivindicação presente na acção política da JS Algarve há mais de uma década, é com naturalidade que André Gomes considera este dia como “um dia histórico, não só para a região algarvia, mas também para o país, uma vez que o carácter inovador deste curso servirá de exemplo para os outros cursos de medicina existentes no país”. Ainda segundo o Presidente da Federação da JS Algarve, “o novo Curso de Medicina da Universidade do Algarve vai permitir aos jovens algarvios que pretendem seguir esta profissão frequentarem os diferentes níveis de estudos necessários sem terem de abandonar a sua região, assim como formar profissionais que ficarão, em princípio, na nossa região, contribuindo assim para a melhoria dos serviços médicos prestados à população algarvia”.

Anónimo disse...

Medicina no Algarve é “vitória de equipa"

in Observatório do Algarve, 24-07-2008 12:40:00

José da Ponte, catedrático do King College é o "arquitecto" da nova pós-graduação. Leia a entrevista.

“Temos a oportunidade de realizar algo inédito e implementar um modelo totalmente inovador em Portugal”, disse ao Observatório do Algarve José da Ponte, mentor do curso que será hoje à tarde anunciado pelo primeiro ministro José Sócrates e pelos ministros da Saúde e da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, Ana Jorge e Mariano Gago.

Sem esconder a sua satisfação por ver concluído um processo que se iniciou em 2004, “com o ex-reitor da Universidade do Algarve, Adriano Pimpão e chegou agora a bom porto”, José da Ponte afirma que “resistiu” todo este tempo devido ao conceito inovador que o curso terá.

“Fazer igual ao que cá está (em Portugal) não me interessava”, enfatiza.

O Observatório do Algarve surpreendeu-o pelas 10h30 da manhã, quando regressava da praia, “ depois de uma corrida de dois km e de um banho revigorante”, confessa este médico de 65 anos, que fez toda a sua carreira no Reino Unido, como anestesista e especialista em cuidados intensivos no Hospital do King College, carreira que culminou com a docência naquela universidade de Londres.

“Ainda não cortei todos os laços, mas agora estou ansioso para poder trabalhar aqui a tempo inteiro, porque a qualidade de vida no Algarve é imbatível” confessa José da Ponte.

Para não perder a mão e "conhecer as estruturas até já participei em cirurgias no ambulatório do hospital em Faro”, diz.

Um modelo Inovador

O sistema de organização do curso funcionará num regime de tutoria:”O corpo docente não estará empenhado em ensinar, mas sim em facilitar a aprendizagem, num processo inter-activo, entre os alunos e os profissionais com quem contactarão directamente”, explica o professor.

Quanto aos candidatos, deverão ser já licenciados em áreas como a biologia, enfermagem e outros estudos ligados à área da saúde que lhes permitam ter bases científicas. Mas ser-lhes-á igualmente exigido “motivação vocacional” para esta área.

"Não vamos ensinar meninos de 17 anos à procura de um canudo, mas alunos que já possuem um grau universitário e têm a sua personalidade formada", esclarece José da Ponte.

Nesta perspectiva, o ensino “não vai ser em moldes convencionais e não haverá departamentos, como nos cursos clássicos. Vamos basear o ensino clínico na medicina familiar, muito ligada aos centros de saúde, pelo que a presença nos hospitais no período inicial da formação, será pontual".

José da Ponte já iniciou mesmo o processo de selecção dos estabelecimentos de saúde pública em “conversas informais" com o presidente da ARS Administração Regional de Saúde de Faro, Rui Lourenço.

Os candidatos ficarão preparados para fazer a prova geral de entrada na profissão comum a todas as escolas médicas. Depois, poderão optar pelas especialidades nos hospitais.

Crescer com Consistência

O curso irá arrancar em 2009, com 32 vagas e o objectivo é “crescer pouco até provar a qualidade do modelo de ensino. Temos de trabalhar com números baixos, para provar que este modelo funciona” assegura José da Ponte, respondendo de forma implícita a reacções da classe como a do bastonário da Ordem dos Médicos (ver notícia).

Serão sempre admitidos “múltiplos de oito”, o número de graduandos de cada equipa, a base de organização dos alunos, que contactarão com os diversos tutores nos múltiplos aspectos da prática de medicina. O curso terá quatro anos.

Este modelo de ensino, embora inédito em Portugal, está já testado em universidades de diversos países, designadamente o Canadá e o Reino Unido.

Condições Pedagógicas e Técnicas asseguradas

A Universidade do Algarve apresentou ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) uma primeira proposta de criação de um curso de medicina em 2006.

"Um curso da área de ciências biomédicas deverá ser reduzido para três anos, pelo que um aluno do futuro curso de Medicina acumulará um total de sete anos de ensino superior, o mesmo que um curso normal de Medicina em qualquer universidade do País", observou João Guerreiro, em declarações à Lusa em Março de 2007.

Depois de apresentada a primeira proposta e de uma avaliação inicial por parte da tutela, a Universidade assinou um protocolo de colaboração com a Administração Regional de Saúde (ARS) e os hospitais da região, em Março de 2007, para suprir algumas fragilidades invocadas pela comissão avaliadora da candidatura.

Na sequência deste protocolo, a Universidade apresentou uma segunda proposta à comissão de avaliação do Ministério da Ciência e Ensino Superior.

Na altura, o reitor João Guerreiro garantia que, depois da homologação do curso, precisaria de um ano para preparar a sua instalação.

Nessa primeira avaliação, a comissão apontava problemas ao nível da contratação de um corpo docente na região, a necessidade de articulação do curso com os hospitais da região - Faro, Portimão e Lagos - e a falta de ligação a outras universidades.

Ainda na mesma altura, o reitor explicou que numa primeira fase o curso será ministrado nas instalações da Universidade - que tem dois campus em Faro - mas mais tarde poderá ser transferido para o futuro Hospital Central do Algarve.

O corpo docente "cativo" do curso no primeiro ano da sua existência será de "dois ou três docentes", além dos tutores de cada área específica, número que crescerá ao longo dos anos e que será complementado por médicos dos três hospitais da região, esclareceu o responsável.

De resto, a componente prática do curso será ministrada em meio hospitalar, tanto no actual hospital de Faro (entretanto elevado a Hospital Central) como nos dois hospitais que constituem o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, em Portimão e Lagos.

O presidente da ARS/Algarve, Rui Lourenço, esclareceu por sua vez que o processo de transformação da presente unidade hospitalar na capital algarvia em Hospital Central já contempla a instalação do curso de medicina.

A Universidade do Algarve lecciona actualmente diversos cursos de Ciências e Tecnologias de Saúde e a sua proposta para a criação de um curso de medicina era a única que o ministério do Ensino Superior tinha de uma instituição pública.

Em avaliação no MCTES estavam também propostas de instituições privadas, nomeadamente da Universidade Fernando Pesssoa, do Instituto Piaget, da Universidade Lusófona e da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU).

O ministro Mariano Gago já disse, por diversas vezes, que as propostas das instituições de ensino superior privado nunca tiveram qualidade suficiente para serem aprovadas.

Conceição Branco