sábado, julho 12, 2008

Bota consolida liderança do PSD-Algarve


O deputado Mendes Bota venceu as eleições para o PSD-Algarve, renovando aquele que anunciou ser o seu último mandato...

Com 724 votos (62,3%), Mendes Bota venceu Macário Correia, que obteve 419 votos (36,3%). O
Região Sul mantém-se atento às reacções das duas candidaturas...

Líder do movimento "Regiões, Sim!", o ex-vice-presidente de Luís Filipe Menezes e apoiante da candidatura de Pedro Santana Lopes no último Congresso, convocou as eleições após a vitória de Manuela Ferreira Leite e acaba agora por derrotar o seu principal apoiante na região, limitando políticamente a margem de intervenção do presidente da AMAL e da câmara de Tavira no plano nacional e regional.

Ao longo desta semana, os órgãos de comunicação social do Algarve acompanharam esta contenda com particular atenção - Barlavento, Correio da Manhã, Observatório do Algarve e Região Sul, entre outros!

16 comentários:

Anónimo disse...

A Camila ficou desolada, preferia de longe a barriga do Macário ao capachinho do Bota :-)

Anónimo disse...

Incorrecto e indelicado, lá por ter ganho na mercearia da rua dele pensará que é o "maniento" cá do Algarve?!

Vai catar pulgas e trocas as meias que cheiras a xolé...

Anónimo disse...

Mendes Bota assegura terceiro mandato consecutivo no PSD/Algarve

in TSF.pt, 2008.07.12

Mendes Bota foi eleito pela terceira vez como presidente do PSD/Algarve ao bater Macário Correia. O presidente reeleito não quer guerrilhas internas com a direcção do PSD, mas assegurou que continuará a lutar a favor da regionalização.

Mendes Bota recusa guerrilha interna com direcção nacional do PSDMendes Bota assegura que vai continuar a lutar pela regionalizaçãoMendes Bota frisa que a votação foi clamente a seu favor

O presidente do PSD/Algarve foi eleito pela terceira vez consecutiva para o cargo depois de ter conseguido derrotar Macário Correia, o seu adversário nesta disputa eleitoral.

Mendes Bota garantiu 62,8 por cento dos votos contra 36,3 por cento alcançados pelo presidente da câmara de Tavira, com as suas listas a também vencerem na corrida à Mesa da Assembleia Distrital e ao Conselho de Jurisdição Distrital.

Após o triunfo, o presidente reeleito do PSD/Algarve disse que não haveria lugar a guerrilhas internas, apesar das divergências que tem com a direcção do PSD nacional, agora liderado por Manuela Ferreira Leite.

«Não queremos ser correia de transmissão de quaisquer estratégias de oposição interna. Estamos aqui para trabalhar pelo partido e portanto não contem comigo para quaisquer guerrilhas internas», explicou Mendes Bota.

O líder da distrital algarvia dos sociais-democratas assegurou ainda que não fará a Manuela Ferreira Leite, o que alguns elementos do PSD/Algarve fizeram ao anterior líder do PSD, Luís Filipe Menezes.

Apesar de saber que Manuela Ferreira Leite se opõe à regionalização, Mendes Bota garantiu que vai lutar a favor desse objectivo, um objectivo que é partilhado pelo primeiro vice-presidente de Ferreira Leite, Rui Rio.

«Há muito mais gente no partido que é totalmente a favor da regionalização. A maior distrital do PSD, a do Porto, está francamente apostada na regionalização. Não estamos sós», recordou.

Referindo-se ao seu adversário, o presidente do PSD/Algarve considerou que se acabaram as dúvidas, se é que as havia, sobre a preferência dos militantes da distrital sobre o seu líder.

«Haveria eventualmente quem se julgasse com alguma superioridade em vários campos e este resultado é uma resposta cabal de que não há dúvidas de que, entre mim o eng. Macário Correia, os militantes esmagadoramente preferiram a minha pessoa», concluiu.

Anónimo disse...

Esta derrota é a primeira de outras que vão vir. Maccarão tá na hora ....de bazar !!!

Anónimo disse...

O big mac foi substituido pela MC BOTA...

Anónimo disse...

Parece a história do burro, da velha e do moço...

Anónimo disse...

O BIG MAC continua em grande forma, apanha um bigode de todo o tamanho e faz de conta que não foi nada com ele. Prova que não esqueceu a velha cartilha do MRPP!

Anónimo disse...

Vai ser um bailinho, já estou a ver o Freitas e o Bota a dançarem o corridinho para darem a 3.ª versão da AMAL ao Seruca Emídio!!!

Anónimo disse...

A ANEDOTA DO DIA

«Macário Correia não concorda. Candidata-se "para ganhar as eleições de 2009", mas também para "dar maior qualidade ao funcionamento interno do partido". Quer contribuir para que a distrital ultrapasse o "ciclo de dificuldades". Entre outras, aponta o "desalinhamento com os órgãos nacionais", a "falta de estruturas jovens em mais de metade dos concelhos" e a "ausência de diálogo com a Presidência da República". » [Correio da Manhã]

Parecer:

Macário Correio concorre à distrital do PSD para combater a ausência de diálogo com o Presidente da República. Mas a que propósito uma distrital do PSD tem que ter diálogo com um Presidente da República? Macário deve estar a confundir o Presidente da República com o presidente da Junta de Freguesia de Boliqueime.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se uma gargalhada que se oiça em Tavira.»

Anónimo disse...

PSD: Líder do PSD-Algarve reeleito

in CM, 2008.07.13

O actual presidente do PSD-Algarve, Mendes Bota, foi reeleito para o cargo pela terceira vez consecutiva com 62,8 por cento dos votos, contra 36,2% de Macário Correia, na sexta-feira à noite. Bota obteve 724 dos 1186 votos contra 419 de Macário.

"Foi uma lição de humildade dada pelos militantes do PSD a alguns", disse ao CM Bota, sem nomear o alvo da crítica. "Uma lição àqueles que se arrogam o direito exclusivo da isenção, honestidade e ética", acrescentou.

Mendes Bota acredita que o seu apoio a Santana Lopes nas recentes eleições nacionais do PSD não irá notar-se na relação com a direcção do partido. "Os objectivos são os mesmos, queremos a vitória nas legislativas e no Algarve", explicou, afirmando esperar "uma intensa colaboração e respeito" entre os órgãos regionais e nacionais. O líder do PSD-Algarve acredita também que haverá respeito da direcção do PSD em relação à defesa da regionalização, bandeira que Mendes Bota tem empunhado, participando inclusive na criação do movimento Regiões, Sim!

Sobre as autárquicas, Mendes Bota afirma "não fechar qualquer porta", caso queiram que se candidate a alguma autarquia. Portimão, Monchique, Faro e Lagos são quatro das câmaras que acredita possam vir a ser conquistadas pelo PSD nas autárquicas. E garante, desde já, o apoio ao seu adversário de sexta-feira, Macário Correia, como candidato à Câmara de Tavira. "Conto com todos incluindo o engenheiro Macário Correia", afirmou.

"O ESTADO DO PARTIDO NA REGIÃO"

Macário Correia reconheceu a derrota para Mendes Bota, que, segundo disse, acabou por reflectir "o estado do partido na região".

Referindo que a sua votação demonstra que existe "um grupo de pessoas que não se revê na lista vencedora", Macário Correia garantiu que existe "respeito" e não vai haver qualquer problema". "Farei tudo pelo PSD, como sempre fiz", disse.

Sobre as palavras de Mendes Bota, que o desafiou "a tirar consequências políticas" da derrota, o presidente da Câmara de Tavira e da Associação de Municípios do Algarve (AMAL) afirma que "esta eleição não tem nada a ver com as outras funções".

João Mira Godinho com Lusa

Anónimo disse...

Bota derrota Macário no PSD/Algarve e aponta para Faro

in Público, 13.07.2008, Idálio Revez

Mendes Bota foi reeleito líder do PSD/Algarve, reforçando no partido a tendência que se opõe a Manuela Ferreira Leite. A escolha do candidato à presidência da Câmara de Faro é o primeiro confronto que se avizinha entre direcção nacional e os órgãos distritais. Macário Correia, o derrotado, recusa vincular o resultado à sua permanência à frente da Associação dos Municípios do Algarve (Amal), alegando que se tratou "apenas e só de uma eleição interna do PSD".
Mendes Bota saiu vencedor na eleição de sexta à noite para a presidência da distrital do PSD, com 62,8 por cento dos votos, contra 36,3 por cento de Macário Correia. O dirigente dos sociais-democratas algarvios comentou: "Esta é a resposta àqueles que olham para os militantes com sobranceria, distanciamento e superioridade." Interpelado pelos jornalistas se iria retirar a confiança política ao presidente da Amal, respondeu: "Macário Correia terá que tirar as ilações e as consequências políticas do resultado."
A luta entre os dois políticos algarvios é antiga, travada em diferentes planos. A campanha foi renhida, mas os militantes não se mobilizaram para votar. A abstenção atingiu os 48,3 por cento. Dos 2254 militantes inscritos, votaram 1166 - 724 no actual presidente da comissão política distrital, 418 no presidente da Câmara de Tavira.
Na última corrida à liderança do PSD, enquanto Mendes Bota esteve ao lado de Pedro Santana Lopes (e foi vice-presidente da direcção de Luís Filipe Menezes), Macário Correia apoiou Ferreira Leite.
"Duelo directo"
"Faltava-me este duelo com o eng. Macário Correia, os nossos currículos politico-partidários não ficariam completos se não tivéssemos este duelo directo", disse Bota.
Embora as clivagens com a direcção nacional sejam evidentes, Mendes Bota diz manter com Ferreira Leite relações de "cordialidade e respeito", mas deixou um recado: "Não faremos a Manuela Ferreira Leite o que alguns companheiros nossos fizeram a Luís Filipe Menezes."
Quanto à possibilidade de se candidatar à Câmara de Faro, reafirmou a "disponibilidade", enfatizando que as "portas estão abertas".
De resto, a questão das autárquicas é uma matéria sobre a qual espera que não haja "imposições de cima para baixo", alegando que a líder do PSD "tem um grande respeito pelos órgãos distritais eleitos". A regionalização é a bandeira que os sociais-democratas algarvios vão agitar a nível nacional, esperando ter a seu lado Rui Rio, "um regionalista convicto".
Macário Correia justificou a sua presença nesta eleição como um contributo para "pôr fim ao ciclo de eleição de lista única". Questionado pelo PÚBLICO sobre o significado da derrota, se representava uma vitória dos opositores de Ferreira Leite, o autarca de Tavira respondeu: "É óbvio que sim."
Mendes Bota disse esperar que não haja "imposições de cima para baixo" na escolha das listas para as autárquicas.

Camila disse...

Olá.

Desconhecia que tinha por aqui um parente, "escriba".

Tudo bem, não levo a mal.

Cumprimentos.

Camila

Camila disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

O que fazia falta em Tavira era uma Camilinha sem papas na língua nem macaquinhos no sótão. Nesta terra de "desenvolvimento ímpar", quem se atreve a falar ou a escrever sobre as "politiquices" locais é perseguido, silenciado e vilipendiado, parece que voltámos ao tempo da outra senhora. Inclusivamente, até alguns dos mais altos responsáveis municipais que não têm cartão do partido são controlados directamente à moda da velha URSS por jovens laranjinhas. E, mesmo estas, quando não têm respeitinho reverencial pelo maioral, são colocadas em sentido e achincalhadas na praça pública, como já aconteceu com a presidente da JSD.
PS - E nem vou assinar isto, embora vá continuando a passar por aqui, porque tenho uns pedidos de viabilidade para deferir e não quero prejudicar os meus sócios!

Anónimo disse...

Manuela empurrou Macário contra Bota

in Observatório do Algarve, por Mário Lino/João Prudêncio, 15-07-2008 9:03:00

Foram os órgãos nacionais do PSD que instigaram uma lista alternativa à de Mendes Bota nas recentes eleições para as distritais. E Macário Correia nem era a primeira escolha. Bota desvaloriza.

Tudo começou com um telefonema de José Luís Arnault – ex-secretário-geral e membro da equipa de Manuela Ferreira Leite - para a autarca Isabel Soares, assim que se soube que Bota preparava a antecipação das eleições, no início de Junho. Lisboa pedia um nome para combater Bota.

O nome do candidato a opor ao ex-vice de Luís Filipe Menezes deveria sair de um jantar que se realizou na Fábrica do Inglês alguns dias depois, no qual participaram todos os mandatários regionais da candidatura de Manuela à presidência do partido: além da mensageira Isabel, estavam Joaquim Piscarreta, Valentim Rosado, Hélder Martins, Francisco Amaral, Manuel Faustino, Álvaro Viegas e Ana Leonardo. Macário não foi.

Durante a refeição, foi discutida a situação política e as razões de Bota para a antecipação, mas – segundo disse ao OA um dos comensais – todos “fugiam com o rabo à seringa” no que respeita a avançar contra o actual presidente da distrital, que consideravam “blindado” atrás de bases indefectíveis.

Já no final do jantar, o nome mais consensual entre todos era o de Francisco Amaral, mas o presidente da Câmara de Alcoutim, sem ambições políticas imediatas para além da reeleição na sua terra, nem tempo para tais voos, não estava pelos ajustes.

A “inventona”

E foi então que, de acordo com os relatos, ele próprio avançou com o nome de Macário Correia como oponente ideal ao deputado. A razão era simples: durante todos estes anos, o autarca de Tavira tinha-se auto-proclamado como a face visível da oposição ao populismo de Santana, Menezes e companhia. E na companhia andava… Bota. Era a altura de, ele que nunca tinha ido a votos com o ex-eurodeputado, mostrar o que valia.

Mas os companheiros de garfo não se deixavam convencer: “Ò Chico, tu é que lhe davas combate a sério”, terá sido uma das frases mais ouvidas da noite, entre cafés e uísques. Sabedores dos anti-corpos de Macário entre as bases do PSD/Algarve, os comensais não desistiam.

Foi aí que Francisco Amaral teve um golpe de génio: levantou-se da mesa e foi telefonar a Macário, a quem terá dito que a escolha dos companheiros… era ele. “É um risco muito grande”, contrapunha o homem da AMAL, mas Amaral insistia: “Eles querem-te é a ti!”.

Segundo as descrições de um confidente, perante a inventada unanimidade da mesa, Macário terá ficado de pensar no assunto e dar a resposta depois, mas quando Amaral regressou ao lugar, todos ouviram da sua boca que a decisão estava tomada: “Ele aceitou!”.

Sem capacidade de recuo perante a alegada decisão de Macário – conhecido como um homem decidido e teimoso –, os “amigos” de Manuela aquiesceram. E, no dia seguinte, depois de dormir sobre a pressão da mesa da Fábrica do Inglês, Macário também acabou por aceitar.

Rindo para dentro da “inventona” que concebera, Francisco Amaral limpava a testa. Podia voltar em paz para a sua “horta”.

O resto da história é conhecido: Bota acabaria por limpar a eleição com 63 por cento dos votos, contra 36 por cento de Macário, nesta disputa histórica.

Bota desvaloriza relatos

"Não tenho conhecimento dessa situação, e não acredito que seja verdade. De qualquer forma, isso é passado e a mim interessa-me o futuro. A partir de sexta-feira passada, o que interessa é o registo histórico do resultado eleitoral", reage José Mendes Bota.

O líder reeleito jura até que, ao contrário do que foi veiculado por muitos, as relações com os órgãos nacionais são boas: "Se alguém tem dúvidas, posso dizer-lhe que formalizei no domingo passado um pedido de audiência com a Dra. Manuela Ferreira Leite, que na segunda-feira foi de imediato respondido, e serei recebido já na quarta", acrescenta.

Na reunião, Mendes Bota apresentará os seus cumprimentos à líder do partido e formalizará pessoalmente o convite para que esteja presente na Festa do Pontal.

Por seu turno, fonte oficial do partido disse ao OA que a eleição distrital é da “estrita competência” dos órgão da região, negando-se a fazer mais comentários.

Anónimo disse...

Ilações políticas

Helder Nunes, in Barlavento, 18 de Julho de 2008

Macário Correia sofreu uma derrota muito significativa na eleição para a liderança do PSD/Algarve. Entre 60 (Mendes Bota) e 30 por cento, a distância é comprometedora e obriga Macário Correia a tirar todas as ilações políticas.

O autarca de Tavira afirma que o seu partido a nível regional é muito pequeno, mas isso é fruto, não só de um trabalho a nível de toda a região, como, principalmente, nas Secções Concelhias, mas, sobretudo, do facto de as pessoas estarem desencantadas com os políticos e os partidos.

Se olharmos para o que se passa na Secção de Tavira, aí está um exemplo e reflexo do todo algarvio. Macário Correia não pode falar da população algarvia e querer que todos sejam militantes social-democratas…

Mendes Bota mandou os recados políticos ao seu adversário, aconselhando-o a remeter-se à sua figura de mero autarca. Macário Correia não o deseja, mas o lugar que ocupa na presidência da AMAL é resultado da proposta e do apoio dos outros presidentes social-democratas.

Assim sendo, e num confronto de liderança, com seis dos nove presidentes a apoiarem Mendes Bota, seria politicamente correcto que Macário efectuasse uma consulta entre eles, para saber se o desejam ou não como líder da Grande Área Metropolitana do Algarve. Macário não pode, nem se deve acomodar, como se nada se tivesse passado.

No seio dos social-democratas, há uma corrente predominante, que não o apoia, nem o reconhece como figura central do Algarve, daí a necessidade do autarca tavirense avaliar o peso dos resultados para uma intervenção futura.

A derrota que Macário Correia sofreu não é apenas fruto do aparelho do partido ser dominado em grande parte por botistas, mas porque o homem-político tem procurado sempre colocar-se num patamar superior, isolando-se dos seus colaboradores, incluindo-se nesta perspectiva o trabalho com as vice-presidências da AMAL e fugindo, até, ao contacto com as massas populares.

A sua figura política fecha-se num concelho. Apenas passa para o nacional, porque os meios de comunicação limitam a intervenção da oposição a nível regional a uma figura que, por vezes, lhes fornece matéria com alguma polémica e por ser presidente da estrutura associativa dos municípios algarvios.

A vitória de Mendes Bota veio demonstrar que uma significativa fatia dos militantes algarvios não está subjacente ao poder e visão política da cúpula central – a regionalização venceu no Algarve.

Por outro lado, com a sua reeleição, o líder do PSD/Algarve ganhou um maior espaço de manobra política e a legitimidade para exigir de Lisboa o respeito pelas decisões tomadas a nível regional.

Conquistou o direito de escolher os candidatos às Câmaras Municipais e de exigir uma regionalização da lista de deputados, fazendo um sinal para Manuela Ferreira Leite e seus apoiantes de que foi eleito, legitimamente, e que não quer ver imposições de cima para baixo.

O deputado e líder regional tem que ganhar espaço, daí a promessa de não fazer aquilo que fizeram a Luís Filipe Menezes – está pronto a colaborar para que o PSD saia vitorioso nas próximas eleições.

Colaborar não significa deixar-se subjugar. E a primeira acção vai ser o convite formal a Manuela Ferreira Leite para que venha intervir na Festa do Pontal, onde todos os líderes nacionais, desde Cavaco Silva, têm marcado presença.

Será neste confronto político-popular que se irá definir o futuro. As mensagens transmitidas publicamente têm que ser lidas nas entrelinhas. Os discursos na Festa do Pontal são a reabertura de um novo período político que começa em meados de Setembro.

Mendes Bota saiu vencedor do confronto com Macário Correia, mas, também ele, terá que retirar as ilações políticas da sua vitória. Porque, na análise dos resultados, não pode ficar de fora o nível de abstenção: a rondar quase os 50 por cento é, também ela, uma derrota.

Nas principais secções, houve mesmo uma abstenção superior aos 50 por cento, sendo ainda mais significativa em Loulé e Faro.

Estes números deixam perceber, até certa medida, a existência de algumas clivagens ao nível da militância das Secções e a hipótese que circulou de terem sido feitas diligências para encontrar uma terceira via.

Uma outra consequência, que poderá advir destes resultados, é a possível alteração nalgumas Secções, com a antecipação de eleições para os órgãos concelhios. Pode-se ouvir juras de que não haverá guerras internas, mas dominar o poder é a ambição de qualquer político e com as movimentações que vão começar para as eleições autárquicas, duvidamos que os opositores de Mendes Bota não queiram assumir o controlo de algumas Secções.

A hipótese de Mendes Bota assumir uma candidatura à Câmara de Faro não é tão fácil como pode parecer à primeira vista. Sendo o líder regional, se olharmos para o comportamento da massa militante na Secção de Faro, nem toda abona a seu favor.

A inclusão de elementos sem grande relevo na vida partidária farense na sua lista, é um dos factores demonstrativos da não disponibilidade de muita gente para trabalhar consigo.