quinta-feira, janeiro 12, 2006

2005 - O ano de Sócrates


(Publicado na edição de 12 de Janeiro de 2006 do jornal POSTAL DO ALGARVE)

Num ano que ficou marcado internacionalmente pelas catástrofes naturais, o desastre governamental do PSD/PP conheceu o seu termo com a primeira maioria absoluta do Partido Socialista e da esquerda na história do regime democrático…

Quatro meses e vinte dias após conquistar a liderança do PS, José Sócrates e a “esquerda moderna” alcançaram a confiança do eleitorado português. E, depois disso, empenhou-se na tarefa hercúlea de modernizar o País e de combater a pobreza.

Com rigor e transparência, optou por aumentar os impostos e apresentar um orçamento de estado duro para enfrentar tempos difíceis. Com coragem e determinação, enfrentou corporações e interesses instalados, sem temer a força dos lóbis ou a contestação nas ruas.

Nos primeiros meses de mandato, sem atender aos apelos das bases para compreender as especificidades do calendário eleitoral, procedeu à revisão dos regimes de aposentação da função pública, limitou os mandatos e diminui as regalias da classe política. Reduziu as férias judiciais e liberalizou a venda dos medicamentos não sujeitos a receita médica.

Para equilibrar as contas públicas e dar um novo alento à economia, reviu o pacto de estabilidade e crescimento, apresentou o plano nacional para o crescimento e emprego, o plano tecnológico, o programa de investimento em infra-estruturas prioritárias e implementou a aprendizagem do inglês nas escolas do primeiro ciclo, alargando os seus horários e reduzindo tempos de inactividade.

Apesar do crescimento do desemprego e das franjas de exclusão social, alargou direitos sociais às comunidades emigrantes que contribuem para o desenvolvimento nacional, criou o complemento de solidariedade para idosos e permite a entrada de milhares de jovens no mercado de trabalho através dos programas de contacto com a realidade empresarial e de estágios profissionais na administração pública.

E não esqueceu o Algarve. Comemorou o dia mundial do Ambiente com um Conselho de Ministros em Sagres, aprovando aí o Plano de Ordenamento da Orla Costeira Vilamoura – Vila Real de Santo António e a proposta de Lei da Água, relançou as obras da barragem de Odelouca, a requalificação da Ria Formosa para acabar com os abarracados nas ilhas-barreira e manteve a Via do Infante livre de portagens.

José Sócrates foi um dos, se não o principal, vencedores do ano de 2005, terminando o ano em glória com a conquista de 22 mil milhões de euros em fundos estruturais da União Europeia. Portugal precisava de um rumo e já tem timoneiro. Que continue assim!

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