Estados de alma, intervenções e sinais de Tavira, do Algarve e de todo este mundo... e alguns raios de Sol!
quinta-feira, dezembro 08, 2005
Take 2 - Velhos irmãos...
O segundo debate televisivo das Presidenciais'2006 decorreu hoje sob o signo do unanimismo e dos elogios mútuos, deixando antever um apoio das cúpulas do PCP a Mário Soares na segunda volta...
Soares e Jerónimo de Sousa divergiram apenas nas questões económicas e de política externa, com um a teimar em remar contra a maré e outro a defender as potencialidades do modelos social europeu, como factor de união entre os povos da Europa e promotor dos direitos humanos, da justiça social e da qualidade de vida!
Soares recusou o papel de advogado do Governo e Jerónimo acusou-o de ter engolido a apito no primeiro mandato, acabando por elogiar a sua postura posterior na salvaguarda da Constituição e dos direitos adquiridos no 25 de Abril. Amanhã há mais...
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1 comentário:
Soares vs. Jerónimo
(1ª parte do encontro)
Começou aborrecido e desfocado do que está em causa: Jerónimo fala do Governo, Soares fala do passado. O modelo “entrevistas intercaladas” é ainda pior na RTP do que na SIC, pois agora nem sequer são exactamente as mesmas perguntas para ambos os adversários. Má nota para a RTP (também pela decoração de fundo dos candidatos e as secretárias péssimas que lhes puseram à frente).
Soares: forte na capacidade de argumentação, é o primeiro dos 4 até agora em debate a voltar-se sistematicamente para o seu adversário e a dirigir-se ao público. Jerónimo: pouco incisivo, emociona-se demais, mas é concreto: se ganhasse iria bloquear sistematicamente a actividade do governo. Jerónimo desaproveita oportunidades de atacar Soares. Soares é muito bom em termos de capacidade de comunicar e de argumentar.
Ambos fazem da Constituição uma coisa sagrada, embora Soares tenha claramente uma concepção mais realista da mesma.
Classificações ao final da primeira parte: Soares 14; Jerónimo 7.
(2ª parte do encontro)
Nem um nem outro percebem o comércio internacional. Preparação técnica positiva da parte de ambos. Jerónimo defende-se bem dos jornalistas e pouco ou nada de Soares. Soares ataca bem todos. Soares com a melhor capacidade de comunicação e argumentação no conjunto dos 4 até agora em debate. Jerónimo agora melhor na capacidade de comunicação.
Muito má nota para os jornalistas: ninguém contrapôs a Jerónimo a sua desistência a favor de Sampaio; ninguém contrapôs Alegre a Soares; ninguém contrapôs Louçã a Jerónimo. O jornalista faz confusão entre estalinismo e maoísmo; a jornalista não se esforçou por evitar mostrar-se entediada com Jerónimo.
Classificações ao final da segunda parte: Soares 14; Jerónimo 8.
(fim do encontro)
Péssima declaração final de Soares: não estudou as regras do debate, pensava que podia poupar tempo para a declaração final. Erros gravíssimos, de principiante, que põem em dúvida toda a sua qualidade ao longo do debate: ler em vez de improvisar, olhar para os jornalistas em vez de olhar directamente para a câmara, ter preparado uma coisa extensa demais para um minuto e tentar despachar tudo à pressa, não finalizar de uma forma optimista.
Jerónimo é muito vago no final, é mobilizador, fala directamente para as câmaras de forma aberta e, pasme-se!, sorri, é optimista.
Classificação ao final do encontro: Soares 13,5; Jerónimo 8.
Escrito por Ricardo in Dias que Voam em Quinta-feira, Dezembro 08, 2005
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