terça-feira, dezembro 13, 2005

Quem precisa do TGV?! (2)


José Sócrates apresentou hoje o projecto português de alta velocidade e as duas ligações consideradas prioritárias - Lisboa-Porto e Lisboa-Badajoz, perspectivando a criação de mais de 100 mil postos de trabalho...

O sistema ferroviário transeuropeu de Alta Velocidade é o conjunto coerente, constituído pelas infra-estruturas ferroviárias, construídas ou adaptadas para serem percorridas a alta velocidade, e pelo material circulante concebido para percorrer essas infra-estruturas, no qual está integrado a Rede ferroviária de Alta VElocidade...

A Directiva 96/48/CE do Conselho, de 23 de Julho de 1996, estabeleceu as condições a satisfazer para realizar no território comunitário a interoperabilidade do sistema ferroviário transeuropeu de Alta Velocidade.

No partido que agora rejeita o TGV e a OTA, há uns demagogos que continuam a reclamar que o TGV tenha uma ligação Évora-Faro-Huelva, bastando para tal que alguém lhes coloque um microfone na frente!

Pela minha parte, considero a ligação ferroviária a Huelva / Sevilha como um factor estruturante do desenvolvimento sustentado do Algarve, bastando para tal que fosse prolongada a actual linha de velocidade alta, que já liga Braga a Faro, assegurando o fecho da malha ferroviária na frente atlântica da Península Ibérica.

Podia ser que assim sobrassem meios financeiros para o Metro de Superfície do Algarve, nomeadamente para as ligações suburbanas entre Tavira, Olhão, Faro (Aeroporto/Universidade) e Loulé (Quarteira/Vilamoura)...

Quem concorda, ou nem por isso, que se pronuncie...

2 comentários:

Anónimo disse...

Sou um bocado céptico em relação ao TGV, tendo em conta os seguintes argumentos:
- A solução TGV (300km/h), na fase de exploração consome 3 a 4 vezes mais energia que uma solução do tipo Alfa pendular (200km/h).
- O custo de implantação da solução TGV é incomportável para um país em crise.

Parece-me mais viável e justificável uma solução do tipo alfa pendular, com mais conforto do que o actual e que servisse todo o país, mais económica, logo mais justificável perante os cidadãos, além que contribuiria para a igualdade de oportunidades de todos os cidadãos, não criando esta situação, em que só metade do país vai ficar servido.
A rede ferroviária criada pela solução tipo alfa pendular, serviria também para o transporte de mercadorias, a qual conduziria à não dependência do transporte rodoviário de mercadorias, que é inaceitável num país que se quer desenvolvido e sustentável.

Enfim, mais uma obra megalomena, que não é pensada pela razão, como muitas outras e que todos nós vamos pagar.

Aleoafo

Anónimo disse...

Mário Lino defende TGV apesar das dificuldades económicas

in Região Sul, 2005.12.13

As duas linhas de alta velocidade vão custar 7,7 mil milhões de euros

Segundo o ministro das Obras Públicas Transportes e Comunicações, o facto de Portugal viver um período de dificuldades económicas não justifica a interrupção do desenvolvimento do projecto de alta velocidade ferroviária.

Para Mário Lino, tal interrupção só agravaria o atraso de Portugal em matéria de modernidade e competitividade no espaço ibérico e comunitário, perdendo, simultaneamente, uma oportunidade única para desenvolver a inovação, a tecnologia e a coesão social e territorial do País.

O Governo decidiu dar prioridade às ligações entre Lisboa e Porto e Lisboa e Madrid, porque "apresentam níveis de sustentabilidade económica e financeira, além de serem determinantes para viabilizar desenvolvimento subsequente das restantes ligações", explicou o responsável na sessão de apresentação dos estudos e das decisões políticas tomadas sobre o projecto.

As duas linhas representam um investimento de 7,7 mil milhões de euros, dos quais 4,7 mil milhões de euros na ligação Lisboa-Porto e três mil milhões de euros no Lisboa-Madrid, incluindo já a terceira travessia sobre o Tejo, cuja componente ferroviária deve custar cerca de 600 milhões de euros.

A este montante acresce o investimento de 480 milhões de euros em material circulante.

De acordo com as estimativas do Governo, o projecto gerará um cash-flow operacional (quando estiver em funcionamento) susceptível de cobrir 38% do investimento e a UE contribuirá com 22%.

O Estado assumirá os restantes 40% do investimento.

100 mil empregos no pico da construção

Segundo Mário Lino, o projecto de alta velocidade ferroviária vai criar 100 mil empregos no pico da fase da construção das ligações, entre 2010 e 2012. A estes postos de trabalho acrescerão os resultantes da exploração das linhas, adiantou o ministro.

Mário Lino espera "uma ampla participação nacional nas actividades relativas à obra", na ordem dos 60% do investimento. Isto é, espera o governante, será a indústria nacional a fornecer as componentes relativas "às especialidades ferroviárias, telecomunicações e tecnologias de informação e comunicação, bem como dos interiores dos comboios".

Concluída a construção e os fornecimentos, o ministro espera "também uma incorporação nacional nos próprios serviços e em todas as inerentes actividades empresariais, na gestão da circulação, manutenção das infra-estruturas e oficinas de material circulante".

Segundo Mário Lino, o aumento da procura neste sector induzirá um aumento da actividade económica ligada aos fornecimentos a esta área, nos sectores industriais e de serviços.

RB/RS