sábado, março 11, 2006

Avaliação contínua... e final!


O Governo de José Sócrates completa o primeiro aniversário neste domingo, multiplicando-se de forma inédita e louvável as iniciativas de avaliação, quer políticas, quer mediáticas...

Se as eleições legislativas fossem hoje, as conclusões do Barómetro Eurosondagem, feito para a
SIC, Expresso e Rádio Renascença, é que o PS seria o partido mais votado, revlenado a apreciação positiva que é feita da actuação governativa, da coragem e determinação do Primeiro-Ministro e do carácter reformista das políticas adoptadas e em curso...

No mesmo Barómetro, é sublinhado o
aplauso da esmagadora maioria dos portugueses a Jorge Sampaio na hora da despedida, elevando assustadoramente a fasquia para o actual ocupante do Palácio de Belém. Contudo, todos sabemos que Cavaco Silva não é homem para temer números...

6 comentários:

Miguel disse...

E nunca se engana ...!!

Os votos de um BOM FDS!

Bjks da Matilde

Anónimo disse...

Adeus, Presidente

por Conceição Branco

in Observatório do Algarve, 07-03-2006 20:37:00

Acompanhar presidências abertas de Jorge Sampaio tanto poderia redundar num mero exercício de agenda, cinzento e sem chama, como transformar-se numa oportunidade de conhecer mais profundamente as pessoas e os seus problemas e ter oportunidade de fazer um bom trabalho jornalístico.

Em 10 anos Jorge Sampaio proporcionou aos jornalistas ambas as coisas, embora no que a mim me compete, tivessem sido mais as experiências positivas que negativas.

É sabido que Sampaio, a cumprir hoje o seu último dia de mandato, era exímio na presidência dos afectos, e testemunhei por diversas vezes a sua capacidade de se aproximar das pessoas, mesmo quando o discurso final, para abrir o telejornal, não o traduzisse de forma impressiva.

Os dez anos da presidência que agora terminam decorreram num ciclo global problemático, tanto a nível mundial como nacional, e pouco mais há acrescentar que já não tenha sido dito e redito por miríades de comentadores e colunistas.

Muitos dos problemas que os portugueses enfrentaram, continuam e continuarão a enfrentar, o Presidente da República é, política e constitucionalmente, impotente para os resolver.

E se é verdade que ele pode dificultar a vida aos Governos, aquilo que correu mal nos seus mandatos foi, não por causa dele, mas apesar dele.

Não se lhe podem imputar as crises externas e não fora a escolha de Santana Lopes para um Governo de triste memória, as crises internas decorreram sobretudo de incompetências e irresponsabilidades governativas.

Arrumada a questão do balanço global dos mandatos presidenciais de Sampaio e embora surja quase como um fait divers, fica-me na memória uma atribulada presidência aberta no Algarve.

Foi justamente no primeiro dia do périplo, que um passo em falso, provocado pelo empedrado centenário, irregular e escorregadio, da zona histórica de Faro, teve como consequência um doloroso entorse.

Não fora o braço solícito do Bispo do Algarve, ele também a aguardar a chegada presidencial, que evitou uma queda desamparada, e o acidente assumiria outras proporções.

Além do tema da presidência aberta, o jornal nacional da qual sou correspondente queria sobretudo uma declaração do Presidente sobre a regionalização, a actualidade política na altura, que trazia o país em polvorosa e a classe política a trocar entre si piropos pouco lisonjeiros.

Como também é normal, o timing jornalístico não é precisamente o mesmo que o dos políticos e o Presidente estava pouco interessado em pronunciar-se, ali e naquela altura, sobre a matéria.

Com a agilidade pedonal seriamente comprometida pelo entorse, a que se aliava um carro de baixíssima cilindrada, sempre na cauda da comitiva, mais a pressão do dead line a aproximar-se perigosamente, lá fui de Faro a Sagres.

A assessora de imprensa bem tentava, mas Sampaio mantinha-se relutante e irredutível. Ainda não era o tempo de falar sobre regionalização.

A última tentativa para obter a tão desejada declaração já o pé parecia um trambolho, foi em São Brás de Alportel, num jantar em que acabaria a trocar receitas com a primeira-dama, quanto à forma de alimar carapaus, arte que, em sua opinião, só os algarvios dominam na perfeição.

Nunca é fácil convencer um editor a ouvir um não, mas deste vez lá teve de ser. Claro que no dia seguinte a minha disposição não era das melhores, guiar era uma tarefa difícil e dolorosa, mas ao menos já não havia a pressão da declaração presidencial sobre a regionalização.

Estava a comitiva a sair apressadamente de Alte para se dirigir a Tavira, quando Jorge Sampaio fura o protocolo, larga os notáveis, e proclama em voz alta e bom som: “A coxinha vem no meu carro, senão temos de esperar por ela e nunca mais lá chegamos”.

Refastelada no carro presidencial, fui detalhadamente informada sobre a posição de Jorge Sampaio quanto à regionalização, mais uma conversa de cidadão para cidadão, e das razões, desta vez de presidente para jornalista, que invocava para não se pronunciar publicamente sobre a matéria, naquela ocasião. Em off, claro está. Ganhou o timing presidencial.

JL disse...

Estou convencido que Governo e Presidente terão uma sã e salutar convivência. E teremos Governo até 2013 e Presidente até 2016. Gostemos ou não. Queiramos ou não.

Anónimo disse...

PS/Algarve faz balanço positivo do Governo

in Observatório do Algarve, 13-03-2006 20:28:00

O PS/Algarve rejeita o "chumbo" do PSD ao primeiro ano de governação para a região, garantindo que foram tomadas "grandes decisões" e que nenhum projecto "está ou vai estar parado".

Em comunicado, a federação distrital do PS enumera os principais compromissos do partido para a região para concluir que "nada está suspenso, nem à espera de melhor sorte", que se tratou de um ano "de grandes decisões" e que os compromissos para a legislatura serão cumpridos.

No domingo, o PSD/Algarve utilizou o mesmo método de análise - enumerar as promessas eleitorais do PS/Algarve - para concluir, pelo contrário, que o Governo socialista "chumbou" no teste, não merecendo mais do que uma nota de 1,5 valores, numa escala de zero a 20.

De acordo com o PS/Algarve, o Executivo está a cumprir os seus compromissos de não haver portagens na Via do Infante, observando que, a esse respeito "no PSD é completamente diferente o que se diz em Lisboa e o que se diz no Algarve".

A federação socialista garante que vão avançar nesta legislatura a construção da barragem de Odelouca, o Hospital Central do Algarve, o pólo tecnológico e a navegabilidade dos rios Arade e Guadiana.

Os socialistas acusam os Governos PSD/CDS de terem adiado a construção da barragem Odelouca "por falta de coragem" perante Bruxelas, de não terem deixado "nada preparado" sobre o Hospital Central e de nada terem deixado feito relativamente ao pólo tecnológico.

"A navegabilidade dos Rios Arade e Guadiana foi completamente esquecida pelos governos anteriores", diz o PS/Algarve, que contrapõe a orçamentação para 2006 da bacia de manobra do Porto de Cruzeiros de Portimão e a intervenção na zona ribeirinha de Vila Real de Santo António.

Garante ainda o PS que os estudos para o metro ligeiro, alegadamente suspensos pelo PSD/PP, "vão prosseguir com determinação".

No que respeita à regionalização, o PS recorda que o Governo "definiu uma agenda" que passa por, nesta legislatura, reorganizar a administração pública em cinco regiões-plano, pelo que, advoga, "o compromisso está a ser cumprido".

Anónimo disse...

Sócrates faz balanço de um ano de Governo

in Observatório do Algarve, 12-03-2006 18:58:00

O primeiro-ministro classificou o primeiro ano de Governo como "o ano da viragem". José Sócrates fala de confiança e de um executivo que trabalhou sem pensar "na popularidade do momento".

"O ano que passou foi, decisivamente, um ano de viragem para Portugal", afirmou José Sócrates, na sessão de abertura na convenção Novas Fronteiras intitulada "Um ano de Governo a abrir fronteiras para Portugal", que se decorre no Centro de Congressos de Lisboa.

Perante um auditório cheio, onde se destacavam membros do Governo, deputados e autarcas socialistas, José Sócrates fez durante 45 minutos o balanço do primeiro ano de governação socialista, recuperando algumas das reformas chave lançadas desde Março de 2005 e deixando uma única promessa.

"Há uma coisa que aconteceu com os que nos antecederam, mas que tudo farei para que não aconteça ao Partido Socialista: que é chegar ao fim de um Governo com maioria absoluta e deixar o país na mesma ou com problemas ainda pior do que antes", prometeu José Sócrates.

"Nós decidimos, decidimos mesmo, não governar a pensar em eleições, nem na popularidade do momento", insistiu ainda o primeiro- ministro, considerando que "os problemas do país são demasiado sérios para continuar à espera".

Uma decisão que, segundo José Sócrates, foi posta em prática já ao longo deste ano, período em que decorreram as eleições autárquicas e presidenciais: "eu nunca olhei para o ano que passou como um ano de eleições, mas sim como uma ano de trabalho, com eleições".

Enfatizando a ideia do regresso do clima de "confiança", José Sócrates deixou também alguns recados à oposição, considerando que quem promove o pessimismo "rejeitando todos os sinais de recuperação da confiança, não está a fazer oposição ao Governo, está a fazer oposição ao país".

"Também não andamos a perder tempo, entretidos a dizer mal dos governos anteriores, a queixarmo-nos da pesada herança, nem a carregar de negro a situação do país que encontrámos. E olhem que face ao desplante de algumas críticas vindas de quem teve responsabilidades na governação até há um ano atrás, acreditem que não foi fácil", acrescentou ainda José Sócrates, em mais uma mensagem para a oposição.

Anónimo disse...

"O dever de qualquer responsável político é o de lutar pela confiança. E isto é válido para o Governo, mas também é válido para a oposição. Quem acha que prejudica o Governo promovendo o pessimismo e rejeitando todos os sinais de recuperação da confiança, não está a fazer oposição ao Governo, está a fazer oposição ao País."

José Sócrates, primeiro-ministro, ontem, na Convenção Novas Fronteiras