terça-feira, janeiro 01, 2008

Faça por si, viva 2008...



Apesar de já contar vinte anos de estrada, esta é a canção que abre os concertos da tournée 2007/8 dos Xutos & Pontapés. Porque será?!


Apesar de tudo, a sociedade portuguesa continua a ser marcada pelo individualismo excessivo e por uma incipiente vida comunitária. Cada um mexe-se quando sente que os seus direitos são afectados, preferindo na maior parte das vezes acomodar-se quando obtém algum benefício. Não será tempo de mudarmos de atitude e comportamento?!

Em 2008, faça por si e faça pelos outros, demonstre-lhes que não ganham rigorosamente nada em ficar no seu canto. Já sabemos que não é possível mudar o Mundo e a forma de estar de milhões de pessoas, mas é possível multiplicar pequenos gestos e fazer com que a nossa Casa
Comum seja um pouco melhor. Em 2008, mexa-se mais e faça-nos o favor de ser Feliz!

PS - Como anexos especiais desta entrada, recomendo-vos uma leitura atenta das mensagens de Ano Novo do
Presidente da República e do Papa Bento XVI
. Acreditem, vale a pena gastar alguns minutos...

3 comentários:

Anónimo disse...

O ano em que as eleições podem comandar a política orçamental

por Sérgio Aníbal, in Público (Economia), 02-01-2008

Em 2008, fica a saber-se se o Governo vai fazer depender a sua política orçamental das eleições, apostando num corte de impostos e adiando a reforma do Estado

A execução orçamental em 2008 e, principalmente, a proposta de Orçamento que será apresentada em Outubro para o ano seguinte vão ser decisivas para saber se o Governo vai resistir aos apelos de uma política mais eleitoralista e manter o objectivo de eliminação do défice público a médio prazo.

Como seria de esperar, José Sócrates e Teixeira dos Santos garantem que o calendário eleitoral não vai ter qualquer influência na forma como será conduzida a política orçamental. No entanto, são já alguns os sintomas que apontam para que as eleições autárquicas e legislativas que se aproximam estejam no centro das preocupações destes responsáveis políticos.

Ao olhar para o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), apresentado pelo próprio Governo em Dezembro, é possível notar um abrandamento no esforço de contenção orçamental no final do ciclo eleitoral. A melhoria do saldo primário ajustado do ciclo (o indicador mais utilizado para medir o esforço de consolidação orçamental) será, de acordo com as projecções do executivo, de 0,4 pontos percentuais do PIB, tanto em 2008 como em 2009. Estes valores ficam claramente abaixo da melhoria de 0,9 pontos que se deverá ter registado em 2007 e é também inferior aos 0,6 pontos previstos para 2010, já no início do novo ciclo político.

É verdade que, para poder reduzir o esforço de contenção sem colocar em causa os objectivos para o défice com que se comprometeu em Bruxelas, o Governo conta com o facto de, em 2006 e 2007, os resultados terem sido claramente melhores do que o previsto. Em 2007, o défice deverá ficar, de acordo com o primeiro-ministro, abaixo de três por cento do PIB quando o plano inicial não apontava para mais do que 3,6 por cento.

Ainda assim, parece evidente, do lado do Governo, que a intenção é a de usar o espaço de manobra criado, não para antecipar o fim do processo de consolidação, como recomendam entidades como o FMI e OCDE, mas para abrandá-lo.

Uma forma de fazer isto é diminuindo a carga fiscal. No PEC, não está prevista qualquer mexida nas taxas dos impostos até 2011. No entanto, a possibilidade de a proposta de Orçamento do Estado para 2009 incluir um corte nas taxas de algum dos principais impostos não pode ser colocada de parte.

Pelo menos, deixar em aberto essa hipótese foi o que o ministro das Finanças fez no dia em que se deslocou ao parlamento para discutir o OE 2008. Depois de ter dito, no plenário, que o compromisso do Governo era "o de reduzir o défice para 0,4 por cento em 2010" e que, até lá, não se podiam realizar "descidas dos impostos fora de tempo", Teixeira dos Santos apressou-se a corrigir as declarações e a deixar claro que não abdica da possibilidade de cortar os impostos, assinalando mesmo que essa medida pode estar "para breve".

Do lado da despesa, é a reforma da Administração Pública que será decisiva. Apesar de o peso da despesa com pessoal ter vindo a descer nos últimos anos, esse resultado foi conseguido com o congelamento das progressões dos funcionários e com aumentos salariais abaixo da inflação. Em 2008, as progressões regressam (embora para um número reduzido de funcionários) e, em 2009, o Governo vai estar mais pressionado para apresentar actualizações mais generosas dos salários.

Para conseguir controlar a despesa resta, por isso, ao Governo esperar mais efeitos concretos da reforma da Administração Pública. Até agora, por exemplo, o número de funcionários colocado em mobilidade especial está muito abaixo do que seria esperado (cerca de 2300) e o objectivo de redução em 75 mil dos efectivos do Estado até ao final da legislatura está longe de ser atingido. Os anos de 2008 e 2009, com as eleições à porta, serão certamente o momento mais difícil para concretizar estas medidas.

2,4%

Este é o objectivo do Governo para o défice público em 2008. Em Outubro, deverá ser apresentada uma proposta de OE em que o saldo negativo cai para 1,5 por cento, em ano de eleições legislativas.

Anónimo disse...

Ano inseguro acaba, ano inseguro começa

EDITORIAL, in DN, 2008-01-02

É quase uma ironia. Depois de um ano marcado pela questão da segurança e das armas ilegais, que acaba com o procurador-geral da República a avisar que o caso da violência da noite do Porto está longe do fim, o novo começa com uma morte. Uma bala perdida numa comemoração perigosa do réveillon num bairro social de Gaia: tiros para o ar, "como há sempre", segundo uma vizinha, alguém pousou a shotgun e ela "disparou-se", atingindo a cabeça de um jovem de 23 anos. Demasiado estúpido para ser verdade, muito parecido com o que conhecemos de episódios nas favelas brasileiras ou nos bairros de lata de países de Terceiro Mundo.

A arma era ilegal, obviamente. Um calibre policial nas mãos de bandidos. O vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, veio dizer que despejará quem tiver armas ilegais em casa. E porque ainda não o fez?

A segurança não começa e acaba na polícia. Não sendo uma novidade os problemas que os bairros sociais encerram, não devia caber a prevenção desses problemas a quem coordena os bairros, a quem os constrói de forma muitas vezes desadequada, não impondo regras onde mais são precisas? Mas também devemos perguntar se haverá alguma lei que proteja a intenção do vice-presidente da Câmara de Gaia. Porque se calhar não há. E a situação ainda se pode virar contra ele. (...)

Anónimo disse...

Dizem que é uma espécie de ano novo…

por Conceição Branco, in OBSERVATÓRIO DO ALGARVE, 31-12-2007 20:41:00

Será que os impostos baixam, o desemprego diminui, os juros não sobem, a justiça será mais célere, haverá médicos de família suficientes e menos listas de espera?

Será que o protocolo de Quioto, a vigorar a partir de 2008, vai ser cumprido? E quem irá suceder a GW Bush? E o petróleo continuará a aumentar? E será este, finalmente, o ano do Estado Palestino?

Dois parágrafos de interrogações que irão certamente marcar o ano 2008 a nível global, são quanto baste. Entre os problemas domésticos e os globais, ficamos com a esperança suspensa, embora o ditado diga que no ano novo, vida nova.

Enquanto estamos ainda com um pé em 2007, já com a taça de champanhe numa mão e as passas na outra, já o ano novo está prestes a apropriar-se dos estigmas que gostaríamos de enterrar no passado.

Percorrendo as notícias que mais atraíram os leitores do Observatório do Algarve, ficamos com um bom retrato dos temas que marcaram a actualidade em 2007.

Janeiro trouxe a discussão do ordenamento do território com a revisão do PROTAL, depois de 5 anos de estudos. Não houve consenso, mas uma coisa é certa: o ciclo do betão não está na moda.

Fevereiro viu iniciar-se a crise na Região de Turismo do Algarve, enquanto a Saúde atraía a atenção de todos com as mudanças de direcção no Hospital Distrital de Faro.

Em Março ficamos a saber que mais de 500 mil alunos não terminam o ensino secundário, com a Educação no topo das preocupações. É neste mês que o ex-presidente do Turismo do Algarve, Helder Martins abandona o cargo, no meio de acesa polémica sobre as suas funções na privada.

Maio traz o desaparecimento da pequena Madeleine, de um hotel da Praia da Luz, o que viria a tornar-se no maior evento mediático mundial de sempre, acompanhado por milhões de pessoas em todo o mundo.

Em Junho o Governo civil ganha uma nova governadora, enquanto Julho coloca no topo das notícias mais lidas o jovem que morreu enterrado na areia da praia de Quarteira. Em tempo de Verão, a abertura do Sasha Beach em Portimão e a concentração de motas em Faro, também atraem as atenções dos leitores.

Agosto faz com que a feira medieval de Silves, os festivais de Verão sejam o foco das atenções. Curiosamente, a par com as ofertas de emprego.

Em Setembro, o caso Maddie transforma-se em caso McCann com as autoridades portuguesas a constituírem arguidos os pais da menina desaparecida, tese que não conseguirem suportar com provas. A oferta de portáteis, pelas diversas operadoras para alunos e professores, também foi um tema popular.

Em Outubro, as ofertas de emprego são das notícias mais consultadas, provando que esta é uma preocupação recorrente. Já com cheirinho a Natal, o ranking dos estabelecimentos com preços mais baratos está entre as vinte notícias mais lidas no mês.

Em Dezembro, a Lei anti-tabaco, e a revalidação das cartas de condução estão quase a par do mau tempo e dos acidentes rodoviários.

Em termos dos artigos de opinião, as crónicas relativas ao desaparecimento de Madeleine são as mais lidas, seguidas da polémica sobre a campanha de promoção Allgarve, assim como as que versavam diversas posições sobre a interrupção voluntária da gravidez.

Por esta resenha do ano que nos tocou, realizada através das notícias mais consultadas, só me resta agradecer aos leitores do Observatório do Algarve pelas suas 4.819.377 visitas, durante o ano de 2007, um aumento superior a 61%, relativamente às visitas contabilizadas em 2006 (2.943. 942).

Dizem que é uma espécie de ano novo! Citando o nosso primeiro-ministro, investido em presidente da União Europeia, façamos qualquer coisinha para 2008 ser mais… “porreiro, pá”.