sexta-feira, janeiro 18, 2008

Turismo caça prémios


Pela projecção dada à presença algarvia na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL'2008), a Região de Turismo do Algarve e a câmara municipal de Loulé estão de parabéns!

Antes da abertura da BTL'2008, na Feira Internacional de Lisboa (FIL), decorreu a cerimónia de entrega dos
Prémios Turismo de Portugal – 3ª Edição (2007). Nesta sessão foram conhecidos os vencedores de cada categoria – “Cidade”, “Natureza”, “Serviços” e “Animação” – apurados entre 99 projectos submetidos a concurso e eleitos por um júri constituído pelo presidente do Turismo de Portugal, Luís Manuel Patrão, pelo presidente da Confederação do Turismo Português, José Carlos Pinto Coelho, e presidido por André Jordan, conhecido empresário do sector, sendo atribuído o Prémio Turismo de Portugal - Cidade ao Projecto de Reabilitação do Edifício do Mercado Municipal de Loulé e Zona Envolvente.

No segundo dia do certame,
soube-se que o novo espaço de feiras da Região de Turismo do Algarve foi distinguido com o prémio de "Melhor Stand" na categoria de Associações e Entidades Oficiais Nacionais. Até domingo, podem passar por lá!

1 comentário:

Anónimo disse...

BTL, 20 anos de Turismo

A presença na BTL de 52 países permite constatar que o mercado português é cada vez mais atractivo para os mercados estrangeiros.

po Vítor Neto, in Diário Económico

A vigésima edição da Bolsa de Turismo de Lisboa que agora terminou, reflecte claramente a evolução do turismo português nas últimas décadas. É uma viagem que interessa recordar sobretudo porque nos coloca perante os enormes desafios do futuro.
O turismo português, que nos anos setenta e oitenta cresceu de forma quase espontânea ao sabor da pressão de investimentos “fáceis”, cavalgando o potencial do “sol e mar” sobretudo nalgumas regiões como o Algarve, não era considerado uma actividade consistente e até com dignidade suficiente para lhe ser atribuído um estatuto de importância económica relevante. Há vinte anos Portugal já recebia mais de 7 milhões de turistas estrangeiros, mas a actividade turística era não só subestimada pelos políticos, como até desconsiderada nos meios académicos tradicionais. Desconhecia-se sobretudo a sua essência, a sua verdadeira importância económica e social como factor de desenvolvimento local e regional. Portugal recebe hoje mais de 12 milhões de turistas estrangeiros (95 % europeus). Pelo país deslocam-se ainda mais 4,8 milhões de portugueses (com mais de 15 anos) que gozam férias fora da sua residência habitual, dando vida a um poderoso mercado interno, que redistribui riqueza pelo país, rentabiliza infra-estruturas e gera emprego. Hoje não só temos turismo no Algarve e Madeira, onde é a actividade principal e motor das suas economias, mas também destinos fortíssimos como Lisboa, onde o turismo tem um peso relevante e crescente; e em todas as outras regiões do país, o turismo começa a ter um papel importante, e é até factor de desenvolvimento económico, às vezes quase único, e de fixação das populações.

O peso do turismo na economia é claro nas receitas externas que gera. É quase sempre esquecido que os gastos dos turistas estrangeiros correspondem a exportações e contribuem para a nossa balança financeira com o exterior. Basta dizer que os mais de 7000 milhões de euros de “divisas” geradas pelos turistas estrangeiros em 2007 (número mais elevado de sempre) correspondem a quatro, cinco vezes as exportações da Autoeuropa e cobrem 35-40% do défice da nossa balança comercial! Hoje, claro, é fácil dizer que o turismo “é muito importante”, que é sector “prioritário”, “estratégico”, etc., mas não foi sempre assim… e mesmo hoje, nem todos entendem a verdadeira essência, económica e social e a correcta evolução desta actividade.

A recente edição da BTL reflecte, de certa forma, as transformações destes vinte anos. O crescimento do turismo, a sua expansão e afirmação progressiva a todas as regiões, a grande diversidade de propostas de produtos e ofertas de lazer, a afirmação e a pujança das empresas, nas suas várias dimensões e níveis, nos seus múltiplos sectores e funções. A presença na BTL de 52 países (e 11 regiões de Espanha) permite também constatar que o mercado português é cada vez mais atractivo para os mercados estrangeiros.

Para o viajante, são várias as lições a tirar da evolução destes 20 anos. Desde logo, a ideia de que o turismo é uma actividade em permanente alteração em consequência das modificações sociais e comportamentais dos turistas, mas também das alterações estruturais em sectores tão importantes como o transporte aéreo ou o alojamento, os impactos da explosão da internet na intermediação turística, as flutuações económicas (petróleo) e políticas (segurança) nos mercados. Importa também ter presente que a concorrência é cada vez mais intensa e sofisticada e que as alterações são cada vez mais rápidas, o que exige estudo e análise permanentes, feitas por equipas autónomas que aproveitem melhor as universidades e escolas e, claro, as instituições e os bons quadros que existem.

É um facto que tivemos, felizmente, “os melhores resultados de sempre” (já não se crescia “a sério” desde 1998/2001), mas devemos ter a consciência de que podemos ter, à nossa frente, anos mais difíceis (o Boletim semestral do Banco de Portugal, p.27, aponta como projecção para o turismo “uma clara desaceleração até 2009”, o que, segundo o viajante, exige muita atenção e disponibilidade para ouvir e trabalhar com todos os actores do turismo.
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Vítor Neto, Empresário, presidente do NERA e vice-presidente da AIP