sexta-feira, janeiro 04, 2008

A vitória do terror


A edição de 2008 do Rali Lisboa-Dacar foi cancelada devido a motivos de segurança, após o governo francês ter desaconselhado os seus cidadãos a deslocarem-se à Mauritânia. Quais as consequências desta desistência face ao terrorismo?!

2 comentários:

Anónimo disse...

Paranóias securitárias
por Conceição Branco, in OBSERVATÓRIO DO ALGARVE, 07-01-2008

Cancelar o raly Lisboa/Dakar, não traria, apesar de tudo, um grande mal ao mundo, já que provas desportivas deste tipo estão dependentes de uma séria de factores, desde logo as condições climatéricas.

O que torna a decisão chocante é ela inserir-se na paranóia securitária que leva a medidas preventivas lesivas das liberdades e garantias dos cidadãos.

Nada aconteceu, mas por via das dúvidas e tendo em conta relatórios das diversas secretas mundiais, não se faz o rali, proíbe-se o champô e o creme de barbear nos aviões, e até se invade o Iraque, iniciando-se um conflito que incendiou o Médio Oriente.

Veio depois a saber-se que as armas de destruição maciça não existiam, que o programa nuclear era uma miragem da CIA e do FBI, e que os “danos colaterais” se traduzem na morte de milhares de pessoas.

No caso do Dakar, o Governo francês impôs à organização a sua teoria da conspiração, alegando possuir informações que estariam a ser preparadas acções da Al-Qaeda o que tornaria inseguras as etapas da prova na Mauritânia.

Vai certamente saber-se, daqui a um tempo, que tais informações seriam tão seguras como as que tinham a CIA quanto ao uso do antrax e outros mitos.

Curiosamente, esta posição do governo francês não abrange as férias do seu presidente. Mr Sarkozy anda a passear-se com a sua nova namorada, muito mediática, pelo Egipto e outros lugares mal frequentados pelos ditos fundamentalistas islâmicos. Em segurança, suponho eu

Por mim, a melhor arma para combater o terrorismo é não ceder nem um milímetro nas liberdades e garantias dos cidadãos e recusar liminarmente leis e medidas que coarctem a livre circulação.

Erguer muros para separar povos, manter prisioneiros sem advogado ou acusação em Guantanamo, polícias a abater passageiros no metro por transportarem uma mochila, desrespeitar leis internacionais, provocar conflitos preventivos não é defender a democracia e a liberdade.

É ceder perante o terror e, de caminho, e para benefício de alguns, criar um sistema onde todas as arbitrariedades são aceites, em nome da segurança.

Estaremos seguros na exacta medida do que formos capazes de resistir aos totalitarismos.

Anónimo disse...

O cancelamento do Lisboa-Dakar provocou fortes prejuízos e grande desmoralização nas ‘Espadas da Sombra’, a al-Qaeda do Magrebe. Concentrados no objectivo, desde o Verão, para nada. Meses de ‘trabalho’ perdidos. Tudo pronto no terreno e a ‘armada’ de câmaras de televisão, micros e jornalistas não apareceu. Grave revés. E ainda vão ter de desmontar tudo e até de ir buscar as minas que já tinham enterrado na areia se as quiserem voltar a usar noutro lado. (...)