sexta-feira, janeiro 02, 2009

E quem salva os empregos?


O activíssimo candidato do PSD à presidência do Município de Lagos apresenta-nos no seu blogue um texto sobre o triunfo dos shoppings e a lição de Vila Real de Santo António...

Procurando enaltecer as iniciativas dos seus correlegionários fronteiriços e defender as suas ideias políticas para a cidade de Lagos, Nuno Marques acaba por atingir outros autarcas do mesmo partido que apostam nos grandes centros comerciais. Se é verdade que a Associação para o Desenvolvimento da Baixa (ADB), liderada pelo ex-director do Centro do Emprego de Emprego da cidade pombalina, José Lança, tem procurado fazer um bom trabalho, também é verdade que noutras cidades existem ADB's e pouco se dá pela sua intervenção no tecido urbano e no dinamismo dos espaços comerciais...

Se as vantagens dos grandes espaços para os consumidores são inegáveis, quer em termos de competitividade de preços e de variedade de produtos, quer pela utilidade do bouquet de serviços proporcionados, a grande preocupação dos autarcas deveria ser a manutenção do emprego no comércio tradicional, criando as condições necessárias para a modernização das empresas e assegurando igualdade de acessibilidade aos potenciais clientes!

Não sou especialista na matéria, mas os princípios gerais de animação e gestão urbana nem sempre são conhecidos dos nossos autarcas e de quem deveria assessorá-los de forma a evitar a prática de erros insanáveis e que podem custar a curto e médio prazo mais de um milhar de empregos no centro de Tavira e a falências de dezenas de micro e pequenas empresas. Como é referido no texto do challenger lacobrigense, "a realidade é que cada shopping elimina quatro empregos no comércio local por cada emprego (de baixa remuneração) que cria. A verdade é que centenas de pequenas empresas vão fechar, muitas delas de base familiar." São dados estatísticos conhecidos e de difícil refutação!

Neste contexto, para evitar este desastre anunciado, exige-se outro dinamismo da ADB de Tavira, que seja liderada por quem bem conheça os problemas e as gentes da cidade e que o seu plano de activividades seja público e eficaz. É essencial que os fluxos do trânsito urbano sejam revistos, de forma a trazer mais gentes ao centro e a rentabilizar os espaços comerciais existentes. É imperativo que o Mercado da Rivbeira constitua um pólo de atracção constante e funcione com um programa de animação permanente. Mostra-se fundamental que Tavira recupere o seu papel de capital do Sotavento!

2 comentários:

Anónimo disse...

Portimão é líder na região

O concelho de Portimão é o que regista maior número de desempregados em todo o Algarve, com 2606 inscritos no centro de emprego local, registando-se em Novembro um aumento de 16,9% (mais 377 pessoas) relativamente a igual período de 2007.

"O município apresenta uma concentração assinalável de grandes-superfícies e a política de desenvolvimento encontrada traduziu-se em dificuldades para muitas micro e pequenas empresas, que estão a ter como consequência um aumento do desemprego", acusa Gilberto Sousa, presidente da ACRAL – Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve.

Um pouco por todo o Algarve "as empresas, sobretudo as de menor dimensão, estão a passar por um período de grandes dificuldades. A região vive do turismo e não se prevê um ano bom, pelo que os problemas existentes aumentarão, com encerramentos e reduções de quadros de pessoal."

Para a Câmara de Portimão, os números "são preocupantes e reflectem a sazonalidade do emprego no sector do turismo (embora Portimão lidere o desemprego durante praticamente todo o ano), havendo um número superior ao habitual de dispensas de trabalhadores em unidades hoteleiras."

O presidente da autarquia, Manuel da Luz, garante que a questão do trabalho sazonal "tem merecido uma atenta reflexão; e importa estruturar a nossa economia de forma a ficarmos menos dependentes de uma única actividade, o turismo".

Nesse sentido, o autarca portimonense manifesta a vontade de constituir um fórum para debater o assunto com os empresários locais, na procura "de uma maior diversidade e equilíbrio".

Noutro âmbito, o gabinete de crise entretanto constituído pelo município "vai permitir uma poupança às famílias do concelho, em 2009, num valor na ordem dos 7,5 milhões de euros". E haverá ainda uma outra ajuda, com subsídios às rendas de casa para as famílias mais carenciadas.

PORMENORES

ALBUFEIRA - Com 1890 inscritos no centro de emprego, Albufeira é o segundo concelho do Algarve mais afectado pelo problema, ainda assim a uma distância considerável de Portimão.

FARO - A capital surge no terceiro posto, com 1869 desempregados, antecedendo Loulé (1781 inscritos no centro de emprego) e Olhão (1576). Lagos foi o município com maior aumento percentual em Novembro (28,4%), seguido por Olhão (23,1%).

AUMENTO

Em Novembro, o desemprego no Algarve cresceu 35,8% (mais 3994 inscrições) relativamente ao mês anterior e 15,8% (mais 2063) relativamente a Novembro de 2007.

CENTROS

O Algarve possui cinco centros de emprego (Faro, Portimão, Lagos, Loulé e Vila Real de Santo António) e o de Portimão é o que regista maior número de desempregados (4850).

Anónimo disse...

Autarca de Portimão vai reunir hoteleiros para encontrar soluções para aumento do desemprego

in BARLAVENTO, 2009.01.07

O presidente da Câmara de Portimão criou um gabinete de crise que irá reunir com hoteleiros do concelho e com o Governo para encontrar soluções para o aumento do desemprego nos últimos meses, revelou o autarca à Lusa.

Baseado em dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), que reflectem o crescimento homólogo do número de inscritos no Centro de Emprego pelo terceiro mês consecutivo (Outubro, Novembro e Dezembro de 2008), Manuel da Luz referiu que “a hotelaria está, neste Inverno, a dispensar mais trabalhadores sazonais do que em anos anteriores”.

“Embora o tecido empregador tenha capacidade para absorver uma grande quantidade de mão-de-obra em época alta, o perfil do emprego no concelho é sazonal e a crise está a acentuar essa tendência”, disse.

Manuel da Luz quer, por isso, “intervir”, revelando estar “empenhado em constituir um fórum que reúna os empresários e os principais agentes do turismo para discutir a actual conjuntura económica e traçar planos de intervenção, tendentes a minimizar os efeitos nefastos que poderão afectar o ano turístico de 2009 e, consequentemente, todos quantos dependam desta actividade”.

A reunião vai ter lugar na segunda quinzena de Fevereiro, pretendendo o autarca alargá-la ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e à Secretaria de Estado do Turismo.

Segundo o IEFP, estavam inscritos em Dezembro de 2008 no Centro de Emprego de Portimão – que inclui além do concelho de Portimão, os de Lagoa, Monchique e Silves - 5.500 pessoas sem emprego, mais 842 que em igual período de 2007 (+18%).

Em Novembro, já se tinha verificado uma variação homóloga de 12% (+528 inscritos) e em Outubro de 3% (+107) no número de inscritos no centro de emprego local. Para o autarca, trata-se de “um fenómeno que, embora enquadrado no que se verifica em toda a região, é preocupante para o concelho por afectar os orçamentos e a qualidade de vida das pessoas”.

A autarquia criou, no último trimestre do ano, um gabinete municipal de crise, composto por técnicos de diversos departamentos municipais, para “agilizar soluções dentro da esfera de competências da autarquia”, explicou.

Além disso, decidiu reduzir a carga fiscal, quer em deduções à colecta (-5% IRS), quer no Importo Municipal sobre Imóveis e isenções de IMT na aquisição de primeira habitação para jovens com menos de 35 anos. Nestas medidas e no reforço do programa de subsídios ao arrendamento, o autarca acredita estar a poupar cerca de 7 Milhões de Euros aos bolsos dos munícipes.

Ainda assim, o recrudescimento do número de desempregados, especialmente provenientes do sector turístico, leva Manuel da Luz a comparar a realidade da região algarvia à que se vive actualmente na indústria no Norte do país.

De acordo com dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), os desempregados inscritos nos centros de emprego do Algarve aumentaram 18% (+2.463) em Dezembro em relação ao mês homólogo de 2007, para os 16.498. Os maiores crescimentos verificaram-se em Vila Real de Santo António (27%), em Loulé (21%) e em Lagos (20%).

7 de Janeiro de 2009 | 14:26
lusa