António José Seguro fecha a porta a candidatura contra José Sócrates no próximo congresso do PS
in Público, 28.11.2008, por Leonete Botelho
A multiplicação recente das suas intervenções públicas não significa, afinal, qualquer rampa de lançamento para uma candidatura à liderança do PS contra José Sócrates. Ontem, em reacção a uma notícia do Diário de Notícias (DN) que garantia que António José Seguro estava a estudar a apresentação de uma moção alternativa ou mesmo uma candidatura contra o secretário-geral do PS no congresso de Fevereiro, o deputado colocou no seu blogue um ponto final sobre o assunto. "Não sou candidato, mas não abdico de expressar as minhas opiniões", afirma. "Quero esclarecer que não há qualquer candidatura minha na forja para as eleições do próximo congresso nacional", escreve o ex-ministro de António Guterres e ex-líder parlamentar socialista. "Tal não obsta a que eu continue, quando entender, a expressar as minhas opiniões sobre o nosso país, no interior do PS e publicamente. Ter opinião própria não significa que tenha de ser candidato. E eu não abdico de expressar as minhas opiniões, bem como de apresentar propostas para melhorar a vida dos portugueses", prossegue. "Hoje, como no passado, a minha disponibilidade é para servir os valores que constituem o património fundacional do PS. Como referi ao DN, sou eu quem decide o meu caminho e ninguém me empurra para lado algum", conclui. A reacção de Seguro é um sinal claro de que ainda não será desta vez que avançará contra Sócrates, tal como não o fez em 2004, apesar de na altura ter sido pressionado a avançar, em particular por Manuel Alegre. Ontem, o DN sugeria que era outra vez Alegre quem estava a pressionar Seguro, mas o ex-candidato presidencial recusou esse cenário. "Nunca aconselhei nem aconselharia qualquer camarada meu a tomar a decisão de avançar para um congresso. No que se refere ao António José Seguro, de quem sou amigo, nunca foi minha intenção aconselhá-lo e muito menos empurrá-lo. Não empurro ninguém", declarou Alegre à agência noticiosa Lusa, adiantando não ter ainda decidido se iria ao Congresso do PS. Com ou sem candidatura, certo é que Seguro mudou de atitude nos últimos meses e tornou-se muito mais interventivo em termos públicos e sempre sobre temas que estão na ordem do dia. Ainda anteontem, num debate com o ex-candidato à liderança do PSD Pedro Passos Coelho, o socialista defendeu um modelo totalmente inovador para os responsáveis da regulação: eleição no Parlamento por voto secreto em vez de nomeação governamental, audição prévia e remuneração pelo orçamento parlamentar. "Desejo que se vinculem a um código de boas práticas públicas e que os seus comportamentos possam ser escrutinados num ambiente de total transparência", afirmou.
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António José Seguro fecha a porta a candidatura contra José Sócrates no próximo congresso do PS
in Público, 28.11.2008, por Leonete Botelho
A multiplicação recente das suas intervenções públicas não significa, afinal, qualquer rampa de lançamento para uma candidatura à liderança do PS contra José Sócrates. Ontem, em reacção a uma notícia do Diário de Notícias (DN) que garantia que António José Seguro estava a estudar a apresentação de uma moção alternativa ou mesmo uma candidatura contra o secretário-geral do PS no congresso de Fevereiro, o deputado colocou no seu blogue um ponto final sobre o assunto. "Não sou candidato, mas não abdico de expressar as minhas opiniões", afirma.
"Quero esclarecer que não há qualquer candidatura minha na forja para as eleições do próximo congresso nacional", escreve o ex-ministro de António Guterres e ex-líder parlamentar socialista. "Tal não obsta a que eu continue, quando entender, a expressar as minhas opiniões sobre o nosso país, no interior do PS e publicamente. Ter opinião própria não significa que tenha de ser candidato. E eu não abdico de expressar as minhas opiniões, bem como de apresentar propostas para melhorar a vida dos portugueses", prossegue.
"Hoje, como no passado, a minha disponibilidade é para servir os valores que constituem o património fundacional do PS. Como referi ao DN, sou eu quem decide o meu caminho e ninguém me empurra para lado algum", conclui.
A reacção de Seguro é um sinal claro de que ainda não será desta vez que avançará contra Sócrates, tal como não o fez em 2004, apesar de na altura ter sido pressionado a avançar, em particular por Manuel Alegre. Ontem, o DN sugeria que era outra vez Alegre quem estava a pressionar Seguro, mas o ex-candidato presidencial recusou esse cenário. "Nunca aconselhei nem aconselharia qualquer camarada meu a tomar a decisão de avançar para um congresso. No que se refere ao António José Seguro, de quem sou amigo, nunca foi minha intenção aconselhá-lo e muito menos empurrá-lo. Não empurro ninguém", declarou Alegre à agência noticiosa Lusa, adiantando não ter ainda decidido se iria ao Congresso do PS.
Com ou sem candidatura, certo é que Seguro mudou de atitude nos últimos meses e tornou-se muito mais interventivo em termos públicos e sempre sobre temas que estão na ordem do dia. Ainda anteontem, num debate com o ex-candidato à liderança do PSD Pedro Passos Coelho, o socialista defendeu um modelo totalmente inovador para os responsáveis da regulação: eleição no Parlamento por voto secreto em vez de nomeação governamental, audição prévia e remuneração pelo orçamento parlamentar. "Desejo que se vinculem a um código de boas práticas públicas e que os seus comportamentos possam ser escrutinados num ambiente de total transparência", afirmou.
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