segunda-feira, dezembro 15, 2003

(Re) Conquistar a Confiança


(Publicado na edição de 28 de Fevereiro de 2003 do jornal ALGARVE REGIÃO)


No último ano, o Partido Socialista deu alguns passos importantes para recuperar a confiança dos portugueses e assumir-se como uma alternativa credível ao (des) governo da aliança de direita. Sob a liderança de Ferro Rodrigues, modernizou-se e renovou a sua estrutura dirigente, definindo no seu último Congresso uma nova declaração de princípios, procedendo a profundas alterações nos Estatutos e traçou um rumo claro para a Legistura em curso.

A nova declaração de princípios reflecte as grandes transformações do mundo contemporâneo, passando a ser uma referência ideológica fundamental, actualizando os princípios e fortalecendo a sua identidade de grande partido da esquerda democrática. Mais do que nunca, o PS apresenta-se como um partido sem complexos nem preconceitos, de causas e ideias.

As transformações profundas introduzidas nos Estatutos proporciona-lhe condições renovadas de intervenção política, modernizando a instituição por dentro e contribuindo para dar novas oportunidades de participação aos seus simpatizantes, capacitando os seus dirigentes para agirem melhor perante o país.

Por fim, os congressistas definiram uma estratégia para quatro anos, que serão de grandes decisões, as quais devem ser tomadas com rigor e com profundidade, perspectivando o nosso País a médio e longo prazo, apostando claramente no reforço da integração europeia e no aprofundamento das relações com as comunidades lusófonas.

Saímos do congresso com os três grandes objectivos fundamentais previamente traçados cumpridos na íntegra. Penso que esta foi a primeira grande vitória de Ferro Rodrigues e do PS na oposição. Mas foi, acima de tudo, uma vitória da modernização dos partidos em Portugal.

Acredito que estão criadas as condições para dar novos meios de actuação aos socialistas de sempre e aos novos militantes, bem como aos que ponderam a oportunidade de aderir ao PS. As eleições para as Federações Regionais, nos próximos dias, e da maioria das direcções concelhias, logo a seguir, são os passos seguintes deste processo de renovação

No caso particular do Algarve, apesar da sua complexidade, este desafio assume uma importância estratégica. Tendo perdido a maioria das câmaras municipais e a liderança da associação de municípios, o PS ganhou as eleições legislativas na região poucos meses depois.

Acredito que, com esta postura, os algarvios puniram quem não correspondeu totalmente às suas expectativas ou não soube apresentar devidamente as suas propostas de alternativa, reconhecendo numa segunda fase a intervenção globalmente positiva dos governos socialistas no Algarve.

Importa, agora, voltar a ganhar a confiança dos algarvios! Importa, definitivamente, saber marcar a diferença nas autarquias onde exercemos o Poder, desde a câmara municipal mais importante à junta de freguesia mais recôndita!

É por isto que os actos eleitorais que se avizinham ganham uma importância acrescida no Algarve, devendo os candidatos assumir a aplicação plena da estratégia definida no Congresso e das alterações estatutárias, em plena coesão com os órgãos nacionais e sem temerem a intervenção dos militantes na vida do PS.

É chegada a hora de confirmar os princípios básicos da democracia participativa, renovando os processos de consulta e decisão interna, com destaque para a realização de primárias que seleccionem os melhores candidatos às autarquias locais e ao Parlamento, definindo claramente a sua área de intervenção e as suas responsabilidades sectoriais.

Não podemos adiar a criação de um sistema de gestão de informação regional, baseado nas novas tecnologias, que catalize as vontades e mobilize as estruturas, quer locais, quer temáticas, dotando-as com os recursos necessários para o desenvolvimento da sua actividade e para o cumprimento dos seus objectivos.

Na oposição, não podemos permitir a degradação do nosso tecido social, lutando por mais empregos, por melhores salários e mais justiça social, pela promoção do valor do Turismo visando o desenvolvimento sustentado, pela defesa da discriminação positiva no apoio às nossas empresas (nomeadamente sem portagens na Via do Infante!) e que ajude a construir níveis mais eficazes de competitividade e inovação.

Agora, é tempo de defender uma política dos solos e de gestão urbanística que promova a qualidade de vida e que evite a criação de guetos, é a altura de lutar por mais saúde e melhor solidariedade e segurança social.

Afinal, está em causa a construção de um projecto moderno de desenvolvimento do Algarve que garanta o presente e que nos ofereça certezas para o futuro, assente defesa intransigente da regionalização, onde o PS e os seus membros tenham uma participação activa, como tem sido hábito e é reconhecido no Algarve e em Portugal!

Um projecto e uma equipa que assegurem um melhor PS para que possamos ter mais Algarve e sentirmo-nos mais algarvios!

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