Apesar da desaceleração económica e do cepticismo de muita gente, o sector do turismo ultrapassou os resultados de 2007...
As receitas do turismo totalizaram 7.500 milhões de euros em 2008, um crescimento de 1,7% em relação a 2007 (mais 128 milhões de euros), o que permitiu sustentar os resultados recorde alcançados nesse ano, revelou hoje o Banco de Portugal.
Apesar de um segundo semestre fortemente influenciado pela crise económica internacional, os resultados do ano turístico acabaram por ser melhores do que o esperado com o número de hóspedes a crescer 1%, para 13,5 milhões, e os proveitos de aposento reforçados em 1,6% (1322 milhões de euros). Registou-se uma redução ligeira das dormidas (de 1,5%), que ficaram nos 39,2 milhões.
O mercado nacional foi dos que melhor resistiram a este contexto económico. O número de dormidas estabilizou nos 13 milhões e quase metade dos hóspedes (47,1%) eram residentes. No Algarve, o número de hóspedes portugueses cresceu 2,5%, o que se reflectiu num aumento de 4,1% nas dormidas de residentes.
Os portugueses foram responsáveis por um terço de todas as dormidas – enquanto em Espanha os residentes geram 42% das dormidas –, o que revela um grande potencial por explorar. O Turismo de Portugal lançou esta semana, em conjunto com os parceiros do sector privado e as Entidades Regionais de Turismo, uma campanha de promoção dirigida aos turistas nacionais, para que privilegiem os 13 destinos regionais nas suas férias e fins-de-semana.
Os mercados francês (mais 91,6 milhões de euros), brasileiro (mais 55 milhões de euros) e holandês (mais 28 milhões de euros) foram os que mais contribuíram para o aumento das receitas. Em sentido inverso, o mercado britânico foi um dos que mais sentiu a desaceleração da procura.
Espanha, apesar de afectada pela recessão, continua a ter em Portugal uma extensão natural do seu mercado interno. Em 2008, as receitas dos turistas espanhóis aumentaram 9,2 milhões de euros, totalizando 1092 milhões de euros.
O desempenho do Reino Unido, principal mercado emissor, afectou sobretudo o Algarve, com impacto na redução de 5,6% das dormidas de estrangeiros. Esta conjuntura está já a ser combatida com a maior campanha de hard selling dos últimos anos em parceria com os principais operadores do mercado (TUI, Thomas Cook e Cosmos) e companhias aéreas, dirigidas ao consumidor final e às agências de viagens.
As acessibilidades também constituem uma das prioridades do Turismo de Portugal. Os bons resultados da região Norte (com o aumento de 4,1% das dormidas de estrangeiros) e da Madeira (onde as dormidas de estrangeiros cresceram 4,8%) estão directamente relacionados com a performance do transporte aéreo, com destaque para as companhias low-cost, que reforçaram o número de passageiros em 20,1% em 2008 e já representam mais de um terço de todos os voos. No ano passado desembarcaram mais 630 mil passageiros nos aeroportos nacionais, um crescimento de 6%, para os 11,2 milhões.
O surgimento de três novas rotas, a operar pela TAP a partir de Junho entre Lisboa e Varsóvia, Moscovo e Helsínquia, permitirá tirar partido do bom desempenho que os mercados polaco, russo e finlandês já revelaram durante 2008, quando registaram dos maiores crescimentos relativos em termos de dormidas.
Para 2009, segundo o Ministério da Economia e da Inovação, a aposta passa por continuar o esforço suplementar de captação de turistas, através de um investimento de 30 milhões de euros, seguindo estas quatro linhas de acção: o reforço do turismo interno, a realização de campanhas junto dos operadores, a captação de novas rotas e frequências aéreas e o aumento das taxas de ocupação dos voos com destino a Portugal. Voltaremos ao assunto!
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