quarta-feira, junho 04, 2008

Sim, a mudança é possível!


Concluídos cinco meses de disputa que dividiram o Partido Democrata nos Estados Unidos, o candidato Barack Obama dedica-se agora à tarefa de unir esforços para o confronto com o republicano John McCain...




Apesar de já ter o número de delegados necessários para a nomeação, o Partido Democrata apenas confirmará a sua indicação quando Hillary Clinton assumir a derrota, o que parece depender de negociações com o seu colega do Senado. O pagamento das dívidas de campanha e o seu futuro político vão estar em cima da mesa, mas será apenas o primeiro passo de uma maratona que se prolongará até Novembro!

Considerado
um verdadeiro herói, o candidato democrata lidera nas casas de apostas, mas nas sondagens as diferenças são mais curtas...

Até Novembro, vamos torcer pela mudança nos Estados Unidos!

2 comentários:

Anónimo disse...

Hillary Clinton não vai solicitar vice-presidência

in TSF, 2008.06.06

Hillary Clinton não vai solicitar a vice-presidência dos EUA ao senador Barack Obama, que será o candidato democrata às presidenciais norte-americanas. Entretanto, os dois candidatos encontraram-se.
Hillary Clinton confirmou que não vai solicitar a vice-presidência dos EUA ao senador Barack Obama, que será o candidato democrata às presidenciais norte-americanas, isto depois de ter conseguido os delegados suficientes para assegurar a sua investidura.

Num comunicado emitido pelos responsáveis da campanha da senadora de Nova Iorque pode ler-se que a «senadora Clinton indicou claramente que fará tudo para a eleição de um democrata para a Casa Branca».

Este comunicado adianta ainda que Hillary Clinton não está à procura de conquistar o posto de vice-presidente e que a escolha para este cargo «pertence apenas ao senador Obama».

Interrogado pela CNN, Obama admitiu que Hillary Clinton está na «lista de favoritos» para de vice-presidente de qualquer candidato, tendo recordado que está será a «mais importante decisão que vai tomar antes de ser presidente».

Entretanto, os dois candidatos tiveram, na quinta-feira, uma reunião privada, uma acção que terá tido como objectivo a união do partido para as presidenciais de Novembro, depois de uma longa batalha para nomeação democrata.

«A senadora Clinton e o senador Obama encontraram-se esta noite e tiveram uma conversa produtiva sobre o importante trabalho que precisa de ser feito até Novembro», lê-se num comunicado emitido pelas duas campanhas.

Aos jornalistas, Robert Gibbs, porta-voz da campanha de Obama, não confirmou onde os dois candidatos se encontraram, mas negou que tenha sido em casa de Hillary Clinton, não tendo também feito qualquer comentário sobre o que falaram.

Anónimo disse...

Adeus, Senhora Presidente

Hillary Clinton emocionou milhares de apoiantes na festa de encerramento da sua campanha.

A REPORTAGEM a partir de Washington
por Patrícia Fonseca, Washington - 08 Jun 2008, in VISÃO online

«Esta não é bem a festa que planeava, mas não podia estar em melhor companhia!» Hillary Clinton iniciou o seu discurso de despedida, marcando o fim de uma impressionante campanha, disputada ao longo de 16 meses, com muito bom humor – e manteve o tom bem-disposto e conciliatório durante cada segundo dos 28 minutos em que se dirigiu às cerca dez mil pessoas que a foram ouvir no sábado, no histórico National Building Museum, em Washington.

Mas a senadora por Nova Iorque não conseguiu esconder atrás do sorriso rasgado a profunda emoção que sentia quando, ao lado da filha Chelsea, da mãe Dorothy e do marido Bill subiu ao palanque colocado no centro de uma sala majestosa, enquadrada por imponentes colunas de mármore e iluminada por uma luz celestial, filtrada por gigantescas clarabóias – rodeada de apoiantes por todos os lados.

O discurso feminista, cautelosamente abordado ao longo dos últimos meses, dominou esta última intervenção de Clinton. Afinal, foram as mulheres o motor da sua campanha e, apesar de haverem muitos homens na sala, eram elas que se destacavam claramente - não só eram em maior número, como se faziam ouvir, gritando «Hi-lla-ry» de forma incansável.

Clinton começou por agradecer, com um nó na garganta, «às mulheres de 80 e 90 anos» que a apoiaram, «que nasceram antes de todas terem o direito a votar», pelo apoio demonstrado. E recordou a história de Florence Stein, de 88 anos, que moveu mundos para conseguir participar nas primárias a partir da sua cama de hospital. «Um esforço quase inglório: o seu voto não era considerado válido, visto que ela morreu poucos dias depois», contou a ex-candidata ao auditório. A vontade de Florence acabaria por ser respeitada através do seu marido, que não votava há mais de vinte anos mas foi marcar a cruzinha no nome de Clinton em honra da mulher.

São este tipo de histórias que, jura, nunca irá esquecer. «Quero agradecer profundamente a todos os que votaram em mim, a todos os que acreditaram que eu poderia ser a melhor escolha para a Presidência dos Estados Unidos da América».

A cada frase, Hillary era interrompida por aplausos e cânticos em sua honra. Muitos não conseguiam conter as lágrimas. Mas a primeira vez que falou em Barack Obama, houve «buuus» que se sobrepuseram aos gritos de apoio, para incómodo da senadora. Talvez por isso sentisse necessidade de reforçar a ideia de que a união do partido é determinante no futuro do país. «O importante agora não é pensar no que falhou ou no que poderíamos ter conseguido – importante é ajudarmos, com todas as nossas energias, a eleger um presidente democrata.»

Hillary notou também que, com o apoio dos «mais de 18 milhões de pessoas» que nela votaram, «amanhã já não será notável uma mulher ser nomeada para concorrer à Presidência deste país». E, olhando com ternura para uma menina que assistia ao seu discurso, às cavalitas do pai, disse sentir-se feliz por saber que, pelo menos, a sua canditura permitiu que muitos pais pudessem dizer às suas filhas: «Vês, tu poderás ser tudo aquilo que quiseres na vida.»

O futuro de Hillary, contudo, continua incerto. Poderá ser a vice-presidente de Obama, formando uma equipa que muitos classificam de «dream team»? Poucos acreditam já nessa hipótese e os analistas políticos falam cada vez mais no importante papel que ela irá assumir no Senado.

Seguramente o partido não se pode dar ao luxo de a descartar, como fez com anteriores candidatos derrotados. A consistência das suas ideias, a clareza do seu discurso e o dom que tem para mobilizar as massas são trunfos muito poderosos – tão poderosos que custa acreditar que não a tenham colocado na pool position para a Casa Branca.

«Ainda não aceitei a ideia de que ela não vai ser a nossa Presidente», diz à VISÃO Robin Reid, 55 anos, enfermeira oriunda da Virginia, enquanto abandona cabisbaixa a festa de despedida, arrastando um cartaz desenhado por si, onde se lê «Hillary Rocks».

Ela, tal como muitos democratas, regressaram no sábado a casa sem saber em que irão votar nas próximas eleições, apesar do apelo de Hillary para que apoiem Barack Obama: «Para já, nem consigo pensar nisso. Ainda tenho dificuldade em acreditar que o sonho acabou.»