Galardoado com o Prémio Camões em 1996, o ensaísta e filósofo Eduardo Lourenço completa hoje 81 primaveras, demonstrando uma clarividência inexcedível perante as constantes mudanças que o Mundo enfrenta...
"[...] incorporámos o inferno no quotidiano do mais fascinante e atroz dos séculos. Basta passar em revista o imaginário deste fim de século -- da ficção à música, do cinema ao teatro, da biologia à tecnologia -- para ter uma ideia do ponto a que chegou um mundo onde o horror se tornou invisível, consumido como pura virtualidade, para ter uma ideia da metamorfose da cultura humana. Pode discutir-se se a desordem em que estamos mergulhados -- desde a económica até à da legalidade e da ética -- releva ou não, em sentido próprio, do conceito de caos. Do que não há dúvidas é de que o habitamos como se fosse o próprio esplendor." in O Esplendor do Caos, 2002
Portugal está de parabéns por ter pensadores com este nível, por acarinhá-los e por escutar as suas palavras sábias!
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