"Nos tempos de hoje em que se
intensificam as políticas de incentivos às energias renováveis, algumas
empresas avançam na nossa região em contracorrente para a prospeção, pesquisa,
desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, não se sabendo as reais
contrapartidas para a região do Algarve.
Considerando:
• Que
o Estado Português, através da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis
(ENMC), concedeu direitos de prospeção, pesquisa, desenvolvimento e produção de
petróleo e gás natural, no Algarve (em terra e no mar);
• Que
não se conhecem quaisquer estudos de impacto ou avaliação ambiental;
• Que
são desconhecidos quaisquer estudos que avaliem os impactos na qualidade de
vida das populações, os efeitos na economia local e social, bem como na saúde
das populações;
• Que
existem sérias e fundamentadas dúvidas quanto à compatibilização das atividades
autorizadas/licenciadas com os valores ambientais e a biodiversidade em
presença, nomeadamente em territórios de Reserva Agrícola Nacional (RAN),
Reserva Ecológica Nacional (REN), Rede Natura 2000 e Parques Naturais;
• Que
discute-se cada vez mais com maior responsabilidade e acuidade, por parte dos
Governos de todo o mundo, o fim da exploração de hidrocarbonetos por agravarem
seriamente as alterações climáticas;
• Que
todos os esforços deviam ir no sentido da produção e utilização de energias
renováveis, limpas e amigas do ambiente, como, por exemplo, a energia
fotovoltaica ou a energia eólica, aproveitando as excelentes condições
climatéricas e naturais existentes na região do Algarve;
Nesse sentido, a Assembleia
Municipal de Tavira, reunida a 29 de Fevereiro de 2016 delibera:
1. Manifestar
a sua profunda oposição à prospeção e exploração de petróleo ou gás natural no
Algarve, nomeadamente no concelho de Tavira e seu litoral;
2. Solicitar
ao Governo a suspensão imediata dos contratos já assinados e dos trabalhos
eventualmente em curso;
3. Dar
conhecimento da deliberação que recair sobre esta proposta às seguintes
entidades e instituições: Presidente da República, Presidente e Grupos
Parlamentares da Assembleia da República, Primeiro-Ministro, Ministros da
Economia, do Ambiente e do Mar, Presidente da Câmara Municipal de Tavira,
Presidentes da Assembleia e do Conselho Intermunicipal da AMAL - Comunidade
Intermunicipal do Algarve, Presidentes das Câmaras e Assembleias Municipais do
Algarve e do Sudoeste Alentejano, Assembleias de Freguesia do Algarve e
delegação regional da ANAFRE; e,
4. Remeter
cópia da deliberação que recair sobre esta proposta, para conhecimento e
divulgação, aos órgãos de comunicação social locais, regionais e nacionais."
Moção aprovada por maioria com vinte e seis votos a favor e dois votos contra de deputados eleitos pelo Movimento Por Tavira (PPD-PSD, CDS-PP, MPT e PPM) na sessão ordinária de 29 de fevereiro de 2016 da Assembleia Municipal de Tavira
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