(Publicado na edição de 12 de março do Algarve Informativo)
Apesar de prolongada no tempo e insípida
como nunca, a campanha eleitoral para a Presidência da República acabou há mais
de um mês, o titular do cargo já foi empossado perante o Parlamento nos termos
constitucionais e ainda ninguém avisou Marcelo Rebelo de Sousa para tal facto…
Na Assembleia da República fez-se um
intervalo na discussão na especialidade da proposta de Orçamento de Estado para
2016 apresentada pelo Governo e das propostas de alteração apresentadas por
todos os partidos, com exceção do maior que não está lá para isso, pois
continua a pensar que foi espoliado do direito divino de governar a coisa
pública.
Entretanto, por estes dias, Assunção Cristas assume as funções de governanta na casa que foi e será sempre de Paulo Portas que, ao que parece e já foi transmitido pelos mais próximos, substituirá
o comentador que está agora para Belém nas funções que este desempenhou nos últimos
anos.
Segundo aqueles, o irrevogável líder do CDS-PP prepara-se para fazer o mesmo percurso de Marcelo, nunca deixando de
considerar em primeiro lugar o interesse próprio, embora sem esquecer os velhos
princípios alcandoraram a máquina de triturar políticos aos píncaros do jornalismo
português nos anos noventa.
Apesar de poder vir a ser numa casa (mal)
frequentada por “serventuários de Sócrates”, conforme alertou esta semana
Octávio Ribeiro, quem está na vida pública que se cuide!
Regressemos a Belém, que é aquilo que
trás hoje a estas linhas. Melhor do que ninguém, Marcelo Rebelo de Sousa sabe
como manter-se na abertura dos programas noticiosos das televisões ou nas
primeiras páginas dos jornais. Se o Povo gosta do Papa Francisco, a primeira
viagem de Estado do mandato presidencial terá que ser a Roma.
Esquecidos já do convite formulado pela Conferência Episcopal Portuguesa ao Santo Padre para visitar Portugal em 2017, durante as comemorações do Centenário das Aparições de Fátima, os órgãos de comunicação
social vão sublinhar o encontro com Francisco e o Povo até vai acreditar que o
convite partiu de Belém…
Agradecido com a recusa de António
Guterres ao desafio das Presidenciais, este Presidente da República rapidamente fez as pazes com os seus potenciais eleitores designando-o como “a” referência da sua geração e apoiando a sua candidatura a Secretário-Geral das Nações Unidas na primeira oportunidade. Não há nada como um bom desafio externo para unir o
Povo!
Esperamos agora pelo seu papel
determinante na aprovação do Orçamento de Estado ou no apoio ao Governo para
consolidar o papel de Portugal no seio das nações, para divulgar os nossos
valores e a nossa cultura. A este Governo ou a outro qualquer que emane da
vontade do Povo!
Conhecedor por excelência destes limites
e exigências, estou convencido que Marcelo Rebelo de Sousa saberá traçar o seu
caminho sem cair na tentação de interferir na esfera governativa. Ao abrir os gabinetes ministeriais ao Presidente da República, António Costa conclui um
processo aberto com o convite a Cavaco Silva para presidir ao seu derradeiro Conselhode Ministros, dedicado às temáticas do Mar. Perante as dificuldades que se
avizinham, e no atual contexto parlamentar, Portugal precisa de todos e ninguém
está a mais!
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