(Publicado na edição de 20 de março do Algarve Informativo)
Quatro anos atrás, os socialistas
algarvios batiam no fundo, em pouco tempo passavam de seis para dois deputados
na Assembleia da República e a presença no poder local estava nos valores mais baixos
de sempre, com apenas sete presidências de câmara, muito longe da hegemonia de
1976 ou dos tempos de liderança e afirmação da AMAL - Associação de Municípios do Algarve.
O processo eleitoral interno da
primavera de 2012 foi o arranque de caminhada que ainda está longe do seu
termo. Sob a presidência de António Eusébio, um jovem autarca com provas dadas
no tecido empresarial, na universidade e em São Brás de Alportel, os
socialistas algarvios juntaram-se para afirmar a região, vencendo todas as
eleições gerais e autárquicas desde então, duplicando a sua representatividade
no Parlamento e voltando a liderar a maioria das câmaras e das assembleias dos
dezasseis Municípios e liderando a Comunidade Intermunicipal do Algarve,
herdeira do acrónimo AMAL, mas ainda com muito caminho para trilhar…
Nas eleições legislativas de outubro de
2015, os algarvios voltaram a confiar no Partido Socialista, reafirmando o sentido de voto dado em 2013 nas autárquicas ou em 2014 na europeias. Se a
nível nacional, este é um tempo de confiança, no Algarve os socialistas não
podem defraudar. Vou mais longe, como é que alguém que devolveu a esperança aos
Algarvios, pode recursar a missão principal que é dar um rumo ao Algarve?!
Num documento tornado público
recentemente, pode ler-se que “existe um espaço institucional de representação, afirmação e dinamização da região que está neste momento vazio e que todos unanimemente percecionam como suscetível de ser ocupado por uma AMAL renovada”.
E será que aquilo que se pensa sobre uma organização é passível de ser alargado
a toda uma região?!
Depois de mais de quatro anos de
completo abandono, o Algarve enfrenta desafios enormes e ninguém pode sentir-se
dispensado desta missão. Este é um tempo novo, de voltar a colocar as pessoas
na primeira linha da intervenção política, de dar aos cidadãos um papel central
no espaço público, de discussão, de partilha de opiniões e de definição de
prioridades em questões muito importantes para o nosso futuro comum.
Do reino à região, o Algarve afirmou-se
como um destino turístico de importância mundial, que vem granjeando prémios e
galardões que sublinham a sua excelência como território de eleição, distinguem
o empenhamento e o profissionalismo de tantos quantos criaram e suportam esta
realidade e colocam um repto permanente aos decisores e líderes políticos para manter
e elevar o nível dos serviços prestados e alargar às populações os benefícios
da atividade económica predominante e das infraestruturas públicas associadas.
Nos tempos conturbados que atravessamos,
os socialistas algarvios tem o dever de contrariar a forma como os cidadãos
encaram a atividade política, de curto alcance, mera tática oportunista e
repetitiva e cujo rumo que apenas se altera ao sabor das conveniências e dos
calendários eleitorais.
Ao voto de confiança das populações,
devem responder com uma atitude inteligente de serviço público, de cumprimento
integral dos compromissos assumidos e de procura permanente de soluções de
futuro, sempre de forma próxima e partilhada com os movimentos de cidadania.
O dinamismo da sociedade do conhecimento
coloca uma exigência de renovação que ultrapassa em muito a resignação como
enfrentámos a realidade regional nestes quatro anos. Mais do que nunca, este é
um tempo de reflexão, de envolvimento dos cidadãos e de partilha de saber e de
boas práticas. Hoje, com responsabilidade e pluralismo, todos podemos ser
protagonistas da mudança e contribuir para dar um rumo ao Algarve!
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