quinta-feira, setembro 06, 2007

O regresso… da política!


(Publicado na edição de 6 de Setembro de 2007 do jornal POSTAL DO ALGARVE)

Com o Verão prestes a despedir-se, os diversos sectores da actividade nacional começam a dar sinais de vida, embora alguns nunca tenham deixado de manter certa animação…


De facto, esta “silly season” foi diferente. José Sócrates assumiu a presidência do Conselho Europeu. Macário Correia foi promovido a vice-presidente do PSD. Com eleições intercalares em Julho, a cidade de Lisboa mudou de liderança política. Marques Mendes foi obrigado a convocar eleições directas e a antecipar o congresso partidário. Falharam as OPA’s e o BCP transformou-se num vulcão. Para cúmulo, choveu em Agosto e a água do mar só aqueceu em Setembro.

Para não variar, temos médicos a menos e professores a mais. Parece as salas de espera dos centros de saúde e dos hospitais estão a abarrotar e que se registam menos alunos nas escolas. Não sei bem se uma coisa é decorrente da outra ou se esta nota-se mais por causa da primeira. O que é certo é que alguém devia ter previsto estas situações e deixou-se enredar nas teias dos interesses corporativos e permitiu que a formação de médicos não fosse a desejável e que as universidades despejassem uma geração de professores nas listas do desemprego…

Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. Ou seja, onde o orçamento é curto e as despesas não param de crescer, ainda por cima num país empenhado em reduzir o défice e controlar a despesa pública, está criado o caldo para um Outono agitado e pleno de acções reivindicativas.

Cabe ao Governo indicar o rumo a seguir, particularmente através do Orçamento de Estado para 2008. Na minha opinião, há que cuidar do futuro (apostando na qualificação do portugueses e na dinamização da economia, de forma a permitir a criação sustentada de emprego) e ajudar quem mais precisa (as crianças desprotegidas, os idosos mais pobres e os desempregados de longa duração), garantindo a manutenção do Estado social.

Numa Europa multifacetada e duvidosa sobre o melhor caminho a tomar perante uma encruzilhada civilizacional, José Sócrates tem uma oportunidade única de retomar o processo de consolidação da União Europeia. Esperamos que seja capaz de ultrapassar vitoriosamente este desafio. Ficávamos todos bem na fotografia!

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