quinta-feira, maio 31, 2007

O Algarve merece os melhores!


(Publicado na edição de 31 de Maio de 2007 do jornal BARLAVENTO - Frente & Verso)

As receitas do turismo internacional ascenderam nos primeiros três meses deste ano a 1,23 mil milhões de euros, mais 13,6%, ou mais 147 milhões de euros, que no período homólogo de 2006, de acordo com dados do Banco de Portugal.

Apesar deste crescimento sustentado do sector, que pesa 11% do PIB nacional, a campanha para promover Portugal como destino turístico nos mercados internacionais em 2007 conta com 8,5 milhões de euros atribuídos pelo Turismo de Portugal, o dobro face a 2006, a que se juntam 2 milhões de euros do Algarve, Lisboa e Madeira.

No caso do Algarve, estima-se que as receitas turísticas tenham atingido os 520 milhões de euros, em 2006, cerca de um terço das receitas nacionais. Para este ano, as expectativas são bastante positivas, prevendo-se que o volume de vendas da região no turismo 3,1%, em termos gerais, e que no sector do golfe se verifique uma subida de 7% no numero de voltas e de 5% das receitas dos casinos.

Contextualizada a relevância económica do turismo, importa sublinhar que o executivo da Região de Turismo do Algarve (RTA) é o único órgão público de âmbito regional que é eleito pelo colégio composto pelos membros da Comissão Regional de Turismo, formado por trinta e três representantes das câmaras municipais, órgãos da administração central e associações e sindicatos do sector, com posicionamentos políticos diferenciados e que nem sempre têm alinhado da mesma forma.

Conjugando agentes públicos e privados, as regiões de turismo desempenham um papel fundamental na promoção, na animação turística e na valorização da oferta, beneficiando de um forte investimento financeiro do Estado no desenvolvimento das suas actividades, que, no caso da RTA, ronda 5,9 milhões de euros ao longo do corrente ano num orçamento que ultrapassa em pouco 7,1 milhões de euros.

Nos últimos anos, de forma a articular recursos e vontades, foram criadas associações paralelas, de âmbito local e regional, criando uma teia de relações e originando uma multiplicidade de iniciativas, que nem sempre conseguem cumprir plenamente as suas missões e atribuições. Pior, geram na opinião pública a ideia de servirem apenas para criar alguns postos de trabalho bem remunerados e preenchidos de forma nem sempre muito transparente.

Num sector em efervescência com a revisão do seu regime legal, a conduta do actual presidente da RTA foi a gota de água que fez transbordar o copo. Daí os pedidos de demissão e a convocatória de eleições…

Perante este cenário, os líderes políticos regionais consideraram que importava retomar uma linha de estabilidade e recuperar a credibilidade da instituição. Perante os desafios do futuro, era fundamental que a RTA fosse liderada por uma personalidade de peso político incontestável, em termos regionais e nacionais, unindo-se Miguel Freitas e Mendes Bota no apoio unânime à candidatura protagonizada por António Pina.

Mais do que nunca, o Algarve necessita que os líderes regionais ultrapassem antagonismos estéreis e coloquem os interesses da região acima dos pessoais e corporativos. Trocando as vantagens da representação do Governo pelas incertezas da RTA, o pedagogo António Pina volta a dar uma lição!

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