segunda-feira, novembro 21, 2005

A ONU e a Internet



A 1 de Janeiro de 2004, abriu em Bruxelas (Bélgica) o Centro de Informação Regional das Nações Unidas (Regional United Nations Information Centre, RUNIC), que veio substituir os nove Centros existentes em igual número de Estados-membros da União Europeia.

Apesar do encerramento do Centro de Informação das Nações Unidas de Portugal, em 31 de Dezembro de 2003, o respectivo sítio na Internet mantém-se activo, embora muito desactualizado. Eis a razão porque frequentemente efectuamos as ligações para sítios em Inglês ou em Castelhano, eis a razão porque já subscrevemos a
petição lançada pelos Elos Clube das Comunidades Lusíadas na Conferência Internacional de Tavira para que o idioma português seja considerado língua oficial da ONU...

Para concluir, aqui estão as últimas sobre a
Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação, que decorreu na semana passada em Tunes (Tunísia).

As competências do
ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), a entidade norte-americana que gere os domínios globais na Internet (.com ou .org), no âmbito da discussão em torno do excessivo papel dos Estados Unidos na governação da Internet e pela ligação desta entidade ao Departamento de Comércio norte-americano, foi um dos temas em destaque neste segundo encontro. Afinal, a discussão centrou-se na gestão da Internet!

1 comentário:

Anónimo disse...

Cimeira Mundial da Sociedade da Informação

Intervenção do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Quero em primeiro lugar, e em nome do Primeiro-Ministro de Portugal, saudar todos os participantes da Cimeira e felicitar vivamente os seus organizadores.

Para o desenvolvimento da Internet como instrumento global de comunicação e de informação em rede devemos reconhecer o papel essencial da ciência e dos cientistas, das Universidade e dos Laboratórios, especialmente de todos aqueles que, ao longo da extraordinária aventura científica e tecnológica sobre a qual hoje se constrói uma sociedade em rede, quiseram dar livremente à sociedade os resultados do seu trabalho. Sem eles, sem a sua iniciativa e generosidade, estaríamos hoje mais pobres e mais divididos.

Hoje que a Internet veio pôr na ordem do dia o desejo de uma Sociedade de Informação para todos, devemos ocupar-nos do essencial: a liberdade de informar e de comunicar, a liberdade de pensar e de exprimir livremente as ideias, a liberdade de aceder à informação, a liberdade de ensinar e de aprender. E também, e especialmente, a capacidade concreta de aceder ao exercício efectivo dessas liberdades. Os pobres, os oprimidos, as vítimas, os excluídos por causa das suas ideias ou crenças, das suas deficiências físicas, todos são parte da Sociedade da Informação que apenas se realiza se os incluir a todos.

Portugal orgulha-se do seu passado de primeiro país de comunicação global que uniu a Europa e a Ásia, a África, as Américas, e trouxe, nos séculos 15 e 16, à cultura universal a informação da diversidade dos povos, dos produtos e da natureza.

Na sociedade da informação, Portugal foi um dos primeiros países da Europa a ligar todas as suas escolas à Internet e a criar uma rede global (Rede Ciência Tecnologia e Sociedade) que une universidades, laboratórios, escolas, bibliotecas, associações.

Na sociedade da informação, em Portugal o pagamento de portagem em qualquer ponte ou auto-estrada é feito automaticamente e sem paragem (Via Verde) e debitado na conta bancária. A integração de serviços do sistema bancário permite que em qualquer distribuidor de dinheiro se possa pagar qualquer serviço, comprar bilhetes de transporte, ou entradas em espectáculos.

Em Portugal, o acesso público e gratuito à Internet é garantido em centenas de espaços públicos de acesso à Internet, com pessoal especializado e acesso para deficientes.

Em Portugal, e a partir do próximo mês, o Estado paga metade (repito, metade) do custo de computadores para estudantes, através de uma dedução específica na colecta de imposto sobre rendimento das famílias e até um limite calculado para estimular a massificação do uso de computadores por estudantes em casa e a redução dos preços de retalho dos equipamentos.

Em Portugal, a prioridade ao desenvolvimento da sociedade da informação inclui, desde há vários anos, grandes investimentos públicos em Cidades e Regiões Digitais, envolvendo o Estado e as autoridades locais, as empresas, universidades e politécnicos, escolas, bibliotecas e associações não governamentais.

Em Portugal, todos os campos universitários estão cobertos em wi-fi livremente acessível aos seus utentes (campos virtuais) e as universidades e politécnicos, assim como os centros de investigação, têm acesso à biblioteca científica on-line (B-On) que reúne as assinaturas digitais de 12500 revistas cientificas.

Estamos convencidos que o desenvolvimento científico ganhou novas oportunidades em todas as áreas, que o seu progresso é cada vez mais necessário e relevante. O tratamento e pesquisa da informação em língua natural, por exemplo, através da investigação em tratamento computacional da língua, contribuirão para nos unir e para abrir a outros grupos sociais o acesso ao conhecimento.

Quando nos empenhamos no reforço da Comunidade dos Países de Língua oficial Portuguesa, sabemos o papel insubstituível das línguas naturais no acesso de toda a sociedade ao conhecimento e reconhecemos a importância da consolidação de comunidades linguísticas na ligação em rede de todos e na diversidade cultural que a permite e exige.

Portugal é assim um País que pretende contribuir activamente para o desenvolvimento da sociedade da informação, para o progresso e apropriação social do conhecimento, para a defesa da liberdade de expressão e o combate à exclusão.

Queremos Ligar Portugal, reforçar uma sociedade em rede, quebrar barreiras, inovar, reduzir burocracia e promover avaliação e transparência. Mas queremos sobretudo Ligar Portugal a todas as outras nações e a todos os povos do Mundo.