segunda-feira, novembro 14, 2005

Algarve - Região Livre de Portagens


Afrontando novamente Marques Mendes, o cabeça de lista do PS-Algarve às Legislativas de Fevereiro, João Cravinho, disse para quem o quis ouvir que "as SCUT dão lucro ao Orçamento!"

Na mesma semana em que José Sócrates garantiu no Parlamento que a Via do Infante não vai ter portagens, João Cravinho sublinhou que "se o Ministério das Finanças fosse também um Banco de Investimento faria um excelente negócio no balanço das suas despesas e receitas».

Eduardo Moura destaca esta intervenção no
Jornal de Negócios e afirma que "Portugal beneficiaria se vários como ele abraçassem a política." Assim, estamos bem servidos!

2 comentários:

Anónimo disse...

O amigo deve ter acções do PS ou ser afilhado do Cravinho...
Verdade seja dita, dos 8 deputados eleitos no Algarve é o único que aparece regularmente a falar na Assembleia ou a defender os interesses da região nos órgãos de comunicação social. Quanto aos outros, desde que o Apolinário e aquele de Portimão sairam, são uma tristeza franciscana....
O Bota é uma miséria pegada, fala contra tudo e contra todos, não se ouve uma ideia construtiva. O senhor da Figueira da Foz deve estar a arrumar os arquivos do Santana Lopes, também nunca mais foi visto na região...
As meninas e os jovens do PS ninguém lhes coloca a vista em cima. Devem estar a tratar da vidinha, pois claro!
Trate deles, denuncie-lhes a inactividade e o encantamento com o Poder, não lhes perdoou o esquecimento a que votam o Algarve fora da saison turística. Dê-lhes forte!

Anónimo disse...

NOTA PRÉVIA - Gostava de ver os deputados algarvios a defender a sua dama como este senhor...

"Mudar de vida, por Luís Filipe Menezes

Votar contra o Orçamento sim, mas apresentar uma contraproposta credível e sustentada, era isso que gostava de ter visto o PSD fazer no debate parlamentar

OPSD não esteve bem no debate parlamentar sobre o Orçamento de Estado para 2006.
A sua fragilidade decorreu dos argumentos aduzidos para fundamentar o voto contra o documento orçamental.
De facto, não é fácil sustentar que são, "em geral", correctos os objectivos da política económica e social subjacente à proposta orçamental e justificar um voto contra, na "generalidade", em questões que de mero detalhe.
Os portugueses suspeitam, com razão, que se fosse o PSD a governar, estaria a aprovar aumentos de taxas moderadoras na saúde, a actualizar as propinas, a reforçar o princípio do utilizador/pagador, a defender uma carga fiscal com o peso da actual e a hesitar à volta de reformas estruturais, cujos objectivos ninguém tem mostrado ter na cabeça.
A sustentar esta tese, recorde-se que o actual líder da Oposição foi o porta-voz parlamentar de um Governo que, no essencial, adoptou, embora de forma mitigada, idêntica matriz de governação. No fundo, PSD e PS transformaram-se no "clone" um do outro.
Este é um fenómeno que também encontra paralelo nos partidos do centro no espaço europeu.
Na União Europeia, face à crise instalada, interiorizou-se que o relançamento da economia e da competitividade só será possível com uma única fórmula: reduzir direitos sociais e obrigar os cidadãos a contribuírem ainda mais para o funcionamento dos serviços públicos.
A esta atitude juntam-se outras que transformaram a maioria dos líderes europeus em verdadeiros pirómanos, ao pretenderem travar o descontrolo das finanças públicas, com cortes significativos no investimento e o aumento de impostos sobre as empresas e sobre o consumo. Estas medidas só têm servido para arrefecer ainda mais a economia europeia.
Este caminho é suicida porque parte de um diagnóstico errado da realidade. A globalização é a única via capaz de promover um desenvolvimento harmonioso ao nível mundial. Contudo, o liberalismo económico assente na livre circulação de mercadorias e capitais terá de ser acompanhado de acordos com os países de Leste e Oriente, visando uma harmonização de regras sobre direitos humanos, ambientais, sociais.
Sem essa harmonização, a Europa torna-se numa presa fácil às mãos da capacidade de inovação americana e do capitalismo selvagem do Oriente.
Sem essa harmonização, estamos a destruir os nossos padrões de vida em sociedade e o nosso conceito de Estado Social, a troco de uma competitividade que nunca, por essa via, será atingida.
Enquadremos agora o caso português, no contexto desta análise europeia, e regressemos ao documento orçamental.
O PSD devia votar contra este Orçamento mas por outras razões. Assim, devia ter havido a clarividência para defender uma redução da carga fiscal, nomeadamente sobre as empresas. E devia ter havido uma verdadeira determinação social-democrata para defender o essencial da arquitectura do nosso Estado Social.
Mas mais. Votar contra o Orçamento, mas defender o investimento público, pensado com objectivos mais reprodutivos, e não permitir que seja travado em nome de objectivos estéreis.
As reformas da Administração Pública, da Justiça, da Saúde, da Educação deviam avançar rápida e radicalmente. Com clareza devia-se propor ao País um contrato de cidadania conducente à acelerada modernização da máquina estatal.
Defender o Estado Social sim, mas adoptar legislação laboral que permita agilizar e tornar mais eficiente a nossa administração pública.
Apostar na redução da carga fiscal; apostar na defesa dos direitos sociais, com especial ênfase naqueles que incidem sobre os reformados, é uma via que pode significar progresso. É preciso arriscar trilhar este caminho, embora sabendo que tal se irá traduzir num esforço orçamental para a próxima meia dúzia de anos.
Todavia, estou convencido que este é o único caminho para que, em paz social, se atinja a modernização do Estado e o equilíbrio das contas públicas.
A médio prazo, através do resultado das reformas acima propostas e, a curto prazo, através da utilização transitória de receitas extraordinárias, desmistificando os argumentos contra esta ideia.
Neste contexto, a constituição de um Fundo para o Desenvolvimento e Modernização, que financie um déficite orçamental transitório, é uma peça nuclear desta nova política.
A venda de parte do ouro armazenado no Banco de Portugal e a emissão de títulos da dívida pública de longo prazo, tal como tem sido defendido por economistas como Miguel Cadilhe, a alienação criteriosa de um imenso património imobilizado e inútil, e a afectação a estes objectivos do próximo Quadro Comunitário de Apoio, são outros pilares deste rumo alternativo.
Votar contra o Orçamento sim, mas apresentar uma contraproposta credível e sustentada, era isso que gostava de ter visto o PSD fazer no debate parlamentar. Dei aqui o meu contributo para um novo rumo e uma nova política, que ajude a operar a modernização do Estado em meia dúzia de anos. E que, desta maneira, Portugal sirva de exemplo para que também a Europa mude de vida.

Militante do PSD, presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia."