terça-feira, março 09, 2004

Um dia, a casa pode vir abaixo...

Nos últimos tempos, na sequência do grave tremor de terra que abalou o norte de Marrocos, registaram-se alguns alertas para as especificidades sísmicas da região do Algarve...

De facto, a evolução sócio-económica do Algarve está marcada pelo grande terramoto / maremoto de 1755, que arrasou as principais cidades costeiras da região e apagou muitas marcas do sucesso das duas anteriores centúrias, durante as quais a epopeia das Descobertas trouxe riqueza e prestígio aos algarvios.

Só no ano passado, o Instituto de Meteorologia registou 362 sismos com epicentro em Portugal continental ou muito próximo - o que dá quase um abalo por dia. Segundo o PÚBLICO, só doze deles foram sentidos pelas populações, mas isso não é sinónimo de segurança...

No período de 1996 a 2002, todas as autarquias algarvias passaram a dispor de planos de emergência para actuar face a acidentes de grandes proporções, graças ao trabalho dedicado e empenhado de Fialho Anastácio (Governador Civil de Faro) e de Fernando Reis Luís (delegado distrital do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil), que coordenaram a sua elaboração, sendo que cada presidente de câmara dirige o respectivo serviço municipal de protecção civil.

Contudo, muitos desses planos estão fechados na gaveta ou devidamente emprateleirados, longe do conhecimento da sociedade civil, que desconhece atitudes a tomar, seja em casa ou no local de trabalho, ou o sítio para onde deve deslocar-se em caso de catástrofe, só a título de exemplo. Felizmente há boas excepções, conforme descreve a última edição do JORNAL DO ALGARVE...

O actual Governador Civil de Faro, Valentim Rosado, considera "fundamental a prevenção e a sensibilização de todos os algarvios" e seria bom que os restantes municípios seguissem o bom exemplo de Portimão!

Um dia, a casa pode vir abaixo... e convém que estejamos preparados!

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