terça-feira, agosto 15, 2006

Por quatro segundos...


Por apenas quatro segundos, o argentino Martin Garrido viu fugir hoje a quarta vitória em etapas do Duja-Tavira na 68.ª Volta a Portugal em Bicicleta, ao ficar em 2.º lugar no Contra-Relógio onde David Blanco (Comunitat Valenciana) assinou um impressionante registo de 53m54s ao longo dos 39,6 quilómetros que ligaram Idanha-a-Nova a Castelo Branco.

Há muito tempo que não se assistia a tamanha emoção na Volta a Portugal em Bicicleta, com cada um dos dez dias de prova a conhecer um diferente líder. Portugueses, foram seis a envergar a camisola amarela edp – Cândido Barbosa, em duas ocasiões, Manuel Cardoso, Lizuarte Martins, Ricardo Mestre, João Cabreira e Carlos Pinho – mas seria a classe estrangeira a levar a melhor: depois Gustavo César e Christian Pfannberger, foi agora a vez de David Blanco ficar com a camisola mais apetecida, e na altura indicada, já que irá permanecer dono dela até às primeiras pedaladas da próxima edição da Volta a Portugal em Bicicleta.

Com todas as decisões a ficarem guardadas para o contra-relógio final, David Blanco acabou por fazer valer as suas credenciais, recortando sem dificuldade os 57 segundos que trazia de desvantagem para o então líder Carlos Pinho (Barbot-Halcon).


Conquistado o “crono” final, David Blanco fechou assim a participação vitoriosa na 68ª Volta a Portugal em Bicicleta com um total de 38h33m54s, deixando na segunda posição Hector Guerra (LA Alumínios-Liberty Seguros), a 1m08s; Cândido Barbosa, a 1m50s; João Cabreira (Milaneza-Maia), 2m37s; Juan Gomis (Comunitat Valenciana), a 2m39s.

Na derradeira etapa, e mercê de um registo inolvidável, Ricardo Mestre juntou a Camisola da Juventude com a de rei da montanha e entrou nos dez mais desta Volta a Portugal. Hoje, é dia de festa na minha terra!

1 comentário:

Anónimo disse...

Volta a Portugal: Balanço Final

(...) Duja-Tavira: Os algarvios partem para todas as corridas com um objectivo específico: dar nas vistas. Antigamente, era comum que o fizessem através das fugas loucas ao pelotão, raramente coroadas com vitórias em etapas e, muito menos, na geral. Este ano tudo foi diferente. Os tavirenses poucas energias desperdiçaram em escapadas unicamente para dar nas vistas. Vidal Fitas traçou objectivos mais elevados... e excedeu-os. Martin Garrido ganhou uma etapa ao sprint. Ricardo Mestre fugiu para uma vitória que lhe valeu a camisola amarela por um dia. Krassimir Vassilev conquistou a tirada que passou na serra da Estrela, dia em que Mestre conquistou a camisola da montanha. Na derradeira jornada da prova, Ricardo Mestre esteve muito bem no contra-relógio, entrou no top 10 e vestiu-se com o vermelho da juventude. Uma Volta em cheio que, em minha opinião, pecou por não ter premiado o trabalho de Nélson Vitorino. Foi Ricardo Mestre quem roubou a camisola azul a Vitorino, que se mostrou triste, na meta, e com razão. Os tavirenses foram os únicos que, nos agradecimentos, incluiram sempre o médico da equipa, Benjamim Carvalho. Numa época de suspeições, esperemos que o contributo do clínico tenha sido realmente positivo. (...)