terça-feira, agosto 01, 2006

FÁBULA *


Todos os anos neste dia

os árabes

silenciosamente

voltam-se para os lados de Chenchir

beijam a terra em suas mãos

e lamentam o fascinante país

onde já não vivem o mar

sem peso as noites inclinadas a terra

volúvel

onde seus antespassados

acenderam as álacres fogueiras do amor


* Poema de Casimiro de Brito (Loulé, 1938), in Algarve Lugar Onde, 1964-1969, Ode & Ceia

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