Estados de alma, intervenções e sinais de Tavira, do Algarve e de todo este mundo... e alguns raios de Sol!
sábado, julho 01, 2006
100 anos de esperança!
Durante um século de existência, as equipas e os atletas do Sporting conquistaram 50 medalhas de ouro olímpicas, mundiais ou continentais, além de numerosas distinções de prata e bronze no mesmo âmbito e dezenas de milhar de títulos nacionais e distritais...
Com um nível de ecletismo impressionante, poucos clubes do mundo poderão orgulhar-se de tantos êxitos e seguramente não há outro ao nível nacional. O Sporting é igualmente, a seguir ao Barcelona, o Clube com mais títulos europeus no conjunto das modalidades que pratica. É significativo que, no plantel de 23 jogadores escolhido por Luís Felipe Scollari para disputar o Campeonato Mundo, noves deles tenham saído ou passado pela "cantera" de Alvalade. No ano em que as camadas jovens do futebol ganharam tudo o que havia para ganhar, os próximos tempos são de esperança renovada...
NESTE CENTENÁRIO, VIVA O SPORTING!
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10 marcos 100 anos
Uma marcha de sportinguistas entre o Marquês de Pombal e o Estádio de José Alvalade, denominada Sporting 100, comemora esta manhã o centenário do clube do "leão". Na Praça do Centenário, junto ao recinto, será inaugurada uma peça escultórica, que visa homenagear todos os sócios, depois de, ontem à noite, cerca de 3200 convidados terem participado num megajantar no relvado do estádio. São muitas as estórias e os êxitos que pautaram os cem anos de existência do Sporting Clube de Portugal. O PÚBLICO recorda aqui alguns dos mais importantes marcos da história de um clube que, de Lisboa, cresceu para o país.
Por Paulo Curado, in Público, 2006.07.01
A fundação
"Vou ter com o meu avô e ele me dará dinheiro para fazer outro clube." Foi esta frase, proferida por José Alvalade, que esteve na base do nascimento do Sporting Clube de Portugal. Estava-se nos alvores de 1906 e consumava-se o "divórcio" entre o jovem neto do visconde de Alvalade - Alfredo Augusto das Neves Holtreman - e o Sport Club de Belas, fundado quatro anos antes. No centro da discórdia, a existência de duas tendências sobre o futuro da colectividade: os que pretendiam um clube vocacionado para festas e actividades sociais e aqueles que defendiam que a prática desportiva seria o caminho a trilhar. A liderar esta facção encontrava-se José Alvalade, que abandonou o emblema, acompanhado por perto de duas dezenas de outros dissidentes. Em Abril do mesmo ano, nascia o Sporting.
Primeiro sem nome, depois, a partir de 26 de Maio, com a designação provisória de Campo Grande Sporting Clube, e, a 1 de Julho de 1906, por sugestão de António Félix da Costa Júnior (um notável jogador de ténis na época), passou a ter o actual nome, apadrinhado pelo visconde de Alvalade, seu primeiro presidente e "sócio protector". Este cedeu as verbas e os terrenos para o campo de jogos numa zona que continua hoje a ser a sua "casa", e tendo inicialmente o ténis como modalidade prioritária e a única imposta pelos seus estatutos. "Queremos que este clube seja um grande clube, tão grande como os maiores da Europa", proferiu, ambicioso, o aristocrata. A 3 de Fevereiro de 1907, o novo emblema lisboeta disputou, em Alcântara, o seu primeiro jogo oficial de futebol, sofrendo uma derrota, por 5-1, frente ao Cruz Negra. Os êxitos, contudo, não tardariam.
As primeiras vitórias
Conduzido por Francisco Stromp - fundador e uma das lendas do clube, que abandonaria o futebol em 1924 -, o Sporting vence, em 1912, o seu primeiro Campeonato de Lisboa, ainda que em quartas categorias, conquistando, três anos depois, a mesma prova na categoria de Honra, a que juntou, na mesma altura, a Taça de Honra, ao derrotar o Benfica, na final, por 3-1. Iniciava-se uma longa rivalidade que dura até hoje. A par do futebol, surgem também os êxitos no ciclismo, com Laranjeira Guerra a vencer a clássica Porto-Lisboa, em 1912. Foi o primeiro de muitos nomes grandes das duas rodas que passaram pelo clube, destacando-se Alfredo Trindade e Joaquim Agostinho (que alcançou um terceiro lugar na Volta à França, em 1978 e em 1979). Em 1922-23, surge a primeira vitória no Campeonato de Portugal de futebol, ao vencer, na final disputada no Algarve, a Académica, por 3-0. Na temporada de 1934-35, arrancou o campeonato nacional verdadeiramente dito, ou seja, mais dentro dos actuais parâmetros, mas os "leões" teriam de esperar até 1940-41, para alcançarem a sua primeira vitória na prova, quebrando um ciclo de total hegemonia do FC Porto e Benfica. Um novo título em 1943-44 serviria de aviso para o domínio sportinguista nos anos que se seguiriam.
Os Cinco Violinos
Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano formaram, nos anos 40 e 50, uma linha avançada temível que garantiu, desde logo, ao Sporting um lugar na história do futebol português, com a equipa a conquistar, nessas duas décadas, dez dos 18 títulos de campeão nacional e quatro das 13 Taças de Portugal que hoje ostenta na sua sala de troféus. A forma harmoniosa como jogavam e os autênticos "recitais" de bola que davam aos adversários levaram a que o jornalista e treinador Tavares da Silva apelidasse este quinteto de Cinco Violinos.
Com eles, veio uma era de total domínio no futebol nacional do "leão". A fama da equipa e do seu ataque avassalador ultrapassou fronteiras, levando a que fosse convidada para participar na primeira edição da Taça dos Campeões Europeus, em 1955-56, apesar de não ter conquistado o campeonato nacional no ano anterior. O Sporting inaugurou a competição numa histórica partida frente ao Partizan de Belgrado, da então Jugoslávia, realizada no Estádio Nacional, registando um empate por 3-3, com João Martins a marcar o primeiro golo da actual competição milionária de clubes. Com os Cinco Violinos, o conjunto de Alvalade alcançou ainda um feito tão notável quanto inédito na altura de conquistar um tetracampeonato nacional (entre 1950-51 e 1953-54).
Inauguração do Estádio de José Alvalade
Inaugurado a 10 de Junho de 1956, perante cerca de 60 mil espectadores eufóricos, o desaparecido Estádio de José Alvalade foi o sexto recinto desportivo a ser utilizado pelo Sporting e o segundo a ser baptizado com o nome do seu fundador (o primeiro de raiz). Obra muito avançada para a época, resultou de um esforço sem precedentes de mobilização dos sócios e adeptos, que, através de donativos e muita imaginação, lograram juntar uma verba, impressionante para a altura, de 7.716.535 escudos (a construção ficou orçada em 25 mil contos). Este acontecimento marcante assinalou o meio século de existência do emblema, que passou a estar dotado de um recinto monumental, ultramoderno, dispondo de condições únicas em toda a Península Ibérica
A Taça das Taças
No final da temporada de 1963-64, o Sporting conquistou aquele que ainda hoje é o seu mais importante troféu em termos internacionais: a Taça das Taças. Depois de ultrapassar a Atalanta, de Itália, o Apoel, de Chipre (vencendo por 16-1, no jogo da primeira mão, o que constitui ainda hoje um recorde nas várias competições da UEFA), o Manchester United, de Inglaterra (numa eliminatória dramática, onde o Sporting recuperou de uma desvantagem de 4-1 trazida de Old Trafford, vencendo em casa por 5-0), o Olympique Lyon, de França, e defrontando na final, em Antuérpia, na Bélgica, o MTK, da Hungria. Com um empate a três golos, na primeira partida, ouve necessidade de recorrer a um segundo jogo, onde Morais, na cobrança de um canto directo, apontou o único golo do encontro, eternizando-se na galeria de heróis de Alvalade.
O fim de um jejum de 18 anos
No dia 14 Maio de 2000, o Sporting interrompeu em Vidal Pinheiro, na última jornada da liga de futebol, frente ao Salgueiros, um longo jejum de 18 anos sem vencer o campeonato nacional, naquele que é o mais negro registo da sua história futebolística. Conduzida por Augusto Inácio, com o gigante dinamarquês, ex-glória do Manchester United, Peter Schmeichel na baliza, o veterano argentino Beto Acosta no ataque e o internacional brasileiro André Cruz, na defesa, entre outros, os "leões" interromperam um ciclo vitorioso do FC Porto em Portugal, com cinco campeonatos consecutivos conquistados (um recorde). A festa imediatamente se espalhou a todo o país, pautada por cenas de loucura verde e branca, mostrando um clube vivo, apesar do ciclo negativo que deixara para trás. Na presidência do clube, José Roquette, descendente do fundador do clube, anunciava uma nova era de sucesso na história leonina.
Abertura do Alvalade XXI
A 6 de Agosto de 2003, 50 mil adeptos assistiram à inauguração do novo Estádio de Alvalade, integrado num moderno complexo multidesportivo denominado Alvalade XXI. Um empreendimento de vulto, que, a par da Academia do Sporting, em Alcochete, destinada a albergar todo o futebol dos "leões", colocava em prática o denominado "projecto Roquette", que - arrancara anos antes com a constituição da Sociedade Anónima Desportiva - visava a modernização do clube e das suas infra-estruturas, direccionando a sua estratégia para a formação de talentos como forma de responder aos novos desafios do futebol. Um projecto ambicioso que, no entanto, acabou por endividar o emblema, que se debate actualmente com graves encargos financeiros para liquidar as dívidas contraídas à banca para financiar o empreendimento.
Uma escola de estrelas
Paulo Futre, Luís Figo, Simão Sabrosa, Luís Boa Morte, Marco Caneira, Nuno Valente, Hugo Viana, Ricardo Quaresma ou Cristiano Ronaldo são algumas das estrelas "produzidas" pelas escolas do Sporting nos últimos anos. Jogadores que têm passeado classe pelos relvados e contribuído para a fama da formação leonina além-fronteiras. Esta tem sido, nos últimos anos, a principal fonte de receitas do clube lisboeta, que profissionalizou todos os vectores da formação, para o que muito têm contribuído as condições fornecidas pela Academia de Alcochete. João Moutinho e Nani são as mais recentes jóias da constelação leonina.
Êxitos no atletismo
De entre todas as modalidades que foram e são praticadas no Sporting, o atletismo será aquela que mais êxitos trouxe aos "leões", com atletas de renome que se têm destacado tanto a nível nacional como internacional ao longo das últimas décadas. Exemplos disso são Carlos Lopes, com três campeonatos mundiais de corta-mato, uma medalha de ouro e uma medalha de prata em Jogos Olímpicos; Fernando Mamede, ex-recordista mundial dos 10 mil metros; Francis Obikwelu, campeão da Europa e vice-campeão olímpico; Rui Silva, com várias conquistas nos 1500m, incluindo uma medalha olímpica e títulos europeus e mundiais; Naide Gomes, campeã do pentatlo e do comprimento em pista coberta.
O eclectismo
Nem só de atletismo e futebol se faz a história desportiva do Sporting. Centenas de títulos nacionais e internacionais enriquecem a sala de troféus leonina nas mais diversas modalidades, do hóquei em patins à pesca desportiva, do andebol ao full-contact. Entre os símbolos do eclectismo sportinguista estão Joaquim Agostinho, o melhor ciclista português de todos os tempos, António Livramento, hoquista, Armando Marques, medalha de prata no fosso olímpico, Jorge Theriaga, multicampeão de bilhar, Fernando Fernandes, campeão de full-contact, ou o nadador José Couto, vice-campeão da Europa em piscina curta.
realmente quando muitos falam mal, não sabem o que é ser um verdadeiro sportingista e o marco na historia que é para Portugal!!!
Viva ao SCP e aos seus 100 anos de vitórias e desenvolvimento de Portugal
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