Estados de alma, intervenções e sinais de Tavira, do Algarve e de todo este mundo... e alguns raios de Sol!
terça-feira, junho 27, 2006
O Meu Algarve *
Como és diferente óh mar doce e saudoso
Oh mar do meu Algarve, enternecido mar
Do sinistro oceano escuro e ardiloso
Que esmaga os navios para os poder roubar
Tu nunca, como ele, assassinaste rindo
Noivos a viajar, poetas, marinhagem
Que sonham no convés, quando o luar subindo
Risca em prata, na água, o sulco da viagem.
Tu vais cantar de noite, à beira dos moinhos
Das colinas, dos cais, das praias murmurosas
Para embalar o sono às aves nos seus ninhos
E para destruir a insónia das rosas…
Tu vais adormecer sobre o barco, cantando,
O pobre pescador cansado de remar
P'ra poderes tornar o seu sono mais brando
Nem o barco, sequer, o fazer oscilar…
* Poema de João Lúcio, poeta algarvio nascido no século XIX em Olhão que era, então, uma pequena vila piscatória, onde faleceu, com trinta e oito anos, vítima de tuberculose pulmonar.
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