(Publicado na edição de 1 de Abril de 2004 do jornal POSTAL DO ALGARVE)
A defesa do ambiente e a promoção do desenvolvimento sustentável são elementos essenciais de políticas orientadas para o futuro, assentes no respeito por nós próprios e pelas próximas gerações.
A criação de uma consciência ecológica constitui uma das causas mais nobres e uma das necessidades mais evidentes dos nossos dias. É o futuro da humanidade e a solidariedade devida às próximas gerações que assim exigem!
A defesa consciente da ambiente e do desenvolvimento sustentado em Tavira levantam algumas dúvidas que gostaria de partilhar consigo. Os novos projectos de urbanizações e equipamentos sociais prevêem zonas públicas, parques infantis e espaços verdes de dimensão relevante?! Quem assegura a limpeza e manutenção regular dos jardins e espaços verdes da Atalaia, Horta d’el Rei, etc.?!
A educação ambiental é promovida regularmente pelos serviços municipais e é articulada com os estabelecimentos de ensino e associações ambientalistas?!
Para além de meter a mão no bolso dos tavirenses, com aumentos de preços muito acima da inflação, o município alerta-os com frequência para as vantagens da recolha selectiva dos resíduos sólidos urbanos e da poupança de água?! Já agora, a rede de ecopontos não poderia ser ampliada e melhor distribuída?!
Preocupando-nos a poluição sonora e ambiental e as dificuldades de estacionamento, os cidadãos são motivados para utilizarem os Transportes Urbanos de Tavira (TUT) e os horários são adequados às necessidades?! Os estudantes têm alguma vantagem em usá-los nas suas deslocações diárias?! Onde parou a prometida rede de ciclovias?!
Para quando a conclusão do Parque de Lazer do Séqua, a reinstalação do circuito de manutenção (destruído para a instalação da Escola Fixa de Trânsito) e o seu alargamento para a margem ocidental?! O Parque de Lazer da Mata da Conceição tem algum programa regular de dinamização ambiental?!
Prever e construir os equipamentos não é suficiente, é fundamental promover a sua animação e consciencializar os cidadãos para os benefícios resultantes da sua utilização!
Constatando-se o nível zero do investimento municipal no saneamento básico em 2003, quem assegura o estado de conservação da rede de esgotos e fiscaliza os despejos das estações de tratamentos de águas residuais na Ria Formosa?! E as fossas sépticas da Ilha de Tavira, vão continuar por mais uma época balnear?! Quando começa a prometida requalificação das zonas ribeirinhas do Rio Gilão?!
Em suma, devemos encarar com determinação estes problemas e fazer nossas as preocupações essenciais do pensamento e da prática ecologista, numa perspectiva construtiva que equacione o desenvolvimento e a conservação da natureza.
Os princípios da precaução, da subsidiariedade e da participação devem ser estendidos e aplicados a todas as políticas municipais que lidam com as questões do desenvolvimento, do território e da natureza, constituindo uma orientação básica do comportamento de todos os cidadãos, enquanto trabalhadores, empresários ou consumidores. Em 2004, conscientes que os tavirenses merecem mais qualidade de vida, vamos plantar a semente do futuro!
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