É tempo de... NATAL!
Leio o teu nome
Na página da noite:
Menino Deus...
E fico a meditar
No milagre dobrado
De ser Deus e menino.
Em Deus não acredito.
Mas de ti como posso duvidar?
Todos os dias nascem
Meninos pobres em currais de gado.
Crianças que são ânsias alargadas
De horizontes pequenos.
Humanas alvoradas...
A divindade é o menos.
S. Martinho de Anta, 24 de Dezembro de 1966
(Miguel Torga, in "Diário X", 1968; "Poesia Completa", 2000)
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