Estados de alma, intervenções e sinais de Tavira, do Algarve e de todo este mundo... e alguns raios de Sol!
terça-feira, outubro 10, 2006
Boas notícias - 005
Depois do Acordo sobre as Linhas Estratégicas da Reforma da Segurança Social, subscrito do dia 10 de Julho, é hoje assinado entre o Governo e os Parceiros Sociais o acordo para a reforma da Segurança Social...
O sistema de protecção social português encontra-se hoje, tal como na generalidade dos países desenvolvidos, perante desafios estratégicos que importa enfrentar de forma sustentada. O processo de envelhecimento populacional terá reflexos em toda a sociedade, mas muito em particular no sistema de Segurança Social, razão pela qual a estratégia de reforma deve não só adequar-se a esta realidade, como também procurar inverter a tendência desfavorável na evolução esperada da população.
Se o sistema de Segurança Social, na parte contributiva, permanece financeiramente equilibrado, sublinhe-se que em 2005 tal só aconteceu devido à contribuição resultante do aumento do IVA que nesse ano o Governo decidiu que revertesse para a Segurança Social. Aliás, José Sócrates deixou bem claras as debilidades do sistema e de algumas das propostas apresentadas na sua intervenção na Assembleia da República em 27 de Setembro...
Resumidamente, o Governo e os Parceiros Sociais entenderam-se relativamente à introdução de um Factor de Sustentabilidade ligado à Esperança de Vida no cálculo das futuras pensões e à aceleração do processo de transição para a nova fórmula de Cálculo das Pensões, para além de fixar na lei regras responsáveis para a actualização anual do valor das pensões, de forma a evitar a sua manipulação para efeitos eleitorais, estabelecer limites para as pensões mais altas, sempre que estas não resultem do correspondente esforço contributivo, e valorizar as carreiras contributivas mais longas, como forma de promover o envelhecimento activo!
Espera-se que seja uma reforma estrutural responsável, que preserve o modelo social português e a solidariedade entre gerações!
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2 comentários:
Percebe-se facilmente que também comes na mangedoura do Orçamento.
Porque se pagasses o aumento dos impostos, das contribuições e das taxas e no final do ano te fossem ao IRS roubar mais umas largas centenas de euros, também tu já estarias arrependido.
Mas como todos os bons "boys" vá de defender a quadrilha.
Tás como aquele pai cego que dizia ao amigo, no dia de juramento de bandeira do filho:
--Olha, amigo, já viste que todos os colegas do meu filho levam o passo trocado!!!
Elogio a Portugal
por Nicolau Santos *, in Revista Exportar - Portugal vale a pena
Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores. Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados. E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais. E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial , onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).
Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.
Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.
Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas . Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis. E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.
O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal.
Mas é verdade.
Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
Chamam -se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo. E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos
obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).
É este o País em que também vivemos.
É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc.
Mas nós só falamos do País que está mal.
Daquele que não acompanhou o progresso.
Do que se atrasou em relação à média europeia.
Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arrebata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.
Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?
Director - adjunto do Jornal Expresso
In Revista Exportar
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