Marés vivas...
Por vezes, a cidade de Tavira fica assim, tal e qual a sua irmã do Adriático. A nossa Praça de São Marcos é a Rua José Pires Padinha, com esplanadas impraticáveis e água de lés a lés. Com o aquecimento global, como será daqui a 20, 30 ou 50 anos?! E quando as marés vivas coincidirem com a época das cheias?!
7 comentários:
Um problema a resolver, Não!?
Uma das capitais algarvias do turismo não se pode dar ao luxo de tão má imagem aos seus visitantes!
Boa Semana e Bjks da Matilde
As marés vivas do equinócio de Outono e as suas inundações, fazem parte da história de Tavira desde as origens mais remotas. Não percebo onde possa estar a má imagem!
ai as Saudades dessa minha, nossa terra à beira bar plantada
Caríssimos, não pretendi de forma alguma transmitir uma imagem negativa da nossa querida cidade, mas apenas partilhar uma preocupação que também é de muitos tavirenses, particularmente daqueles que habitam nas zonas ribeirinhas...
Como é sabido, já foram apresentadas muitas ideias para minimizar os efeitos deste acto da natureza e para rentabilizar o magnífico espelho de água do Rio Gilão. Contudo, até agora foram-se todas com a... maré!
Pois, esqueci-me de dizer-vos que a reportagem fotográfica completa esta no Barlavento Online!
O link está na coluna da direita...
Tal como a maior parte das cidades litorais portuguesas, Tavira cresceu (e cresce ainda) à custa de aterros que cobrem zonas antigas de esteiros, praia e sapal.
O topo das margens actuais do Gilão foi elevado cerca de 3 a 4 metros, relativamente às cotas primitivas. Este processo iniciou-se já com a fundação da cidade, durante o domínio muçulmano.
O resultado tem sido suficientemente aceitável: as plataformas permanecem secas a maior parte do tempo, se excluirmos as marés vivas e as catastróficas cheias que ocorrem cada 15-20 anos.
A situação já foi pior. Na época romana o nível do mar estaria cerca de 50 a 70 cm mais alto, mas nessa altura Tavira ainda não existia.
Os exemplos doutros lugares mostram o que se poderá fazer com menos perigo, em caso de subida gradual do nível do mar: reconversão dos pisos térreos de modo a adaptarem-se a períodos de inundação frequente e eliminação de espaços subterrâneos. Infelizmente, as soluções baseadas em diques, além de muito dispendiosas, são ineficazes e podem revelar-se extremamente perigosas.
A génese e o alargamento de certas zonas da cidade deve-se aos aterros subsequentes ao terramoto de 1755, nomeadamente na margem nascente, desde a Alagoa (esta denominação popular deve querer dizer algo...) até aos bairros da "baixa-mar"...
Infelizmente, nem sempre o engenho humano consegue suplantar a força da natureza.
Aliás, as imagens recentes dos efeitos do furacão Katrina e do estouro dos diques que cercavam New Orleans não devem ser esquecidas...
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