Estados de alma, intervenções e sinais de Tavira, do Algarve e de todo este mundo... e alguns raios de Sol!
quinta-feira, setembro 29, 2005
Tavira perante o futuro – 4
(Publicado na edição de 29 de Setembro de 2005 do jornal POSTAL DO ALGARVE)
No dealbar do século XXI, o Algarve começa a ser perspectivado na sua totalidade, valorizando as especificidades e as potencialidades de cada parte do território, cujo ordenamento deve estar na agenda das prioridades no relacionamento intermunicipal.
Nos próximos quatro anos, acredito que vão ser reunidas as condições necessárias para aprofundar os actuais esquemas de descentralização. Vencidas as tentativas de esquartejar o Algarve em duas ou três comunidades urbanas, é tempo de concretizar a regionalização administrativa…
Só assim, perante um cenário de limitações financeiras crescentes, será possível consolidar uma rede de centros urbanos de pequena e média dimensão, complementares e interdependentes, e de promover um sistema de acessibilidades e de serviços de carácter supra municipal.
Numa região marcada pelo avanço inexorável do sector terciário, só numa perspectiva regional será possível garantir a valorização dos recursos do mar e da serra, manter as actividades tradicionais e introduzir elementos de inovação que proporcionem valor acrescentado e aceitação junto dos consumidores.
É a hora de fomentar centros que promovam inovação e apoiem a criação de novas empresas e oportunidades de emprego, bem como a promoção e comercialização dos produtos e marcas de qualidade. É indispensável diversificar a oferta turística, apostando no turismo rural e no património ambiental, arqueológico cultural, edificado e gastronómico!
A floresta é uma prioridade da região e do concelho, exigindo-se um maior envolvimento dos municípios no seu planeamento, ordenamento e gestão, sempre numa perspectiva intermunicipal, para recuperação das paisagens e das economias rurais, prevenir os fogos e valorizar o ordenamento cinegético. Por outro lado, devem ser apoiadas as iniciativas que valorizem a serra e fixem as populações, nomeadamente através do reforço das medidas de discriminação positiva existentes…
A localização periférica do Algarve e de Tavira, no contexto nacional e europeu, exige uma atenção especial aos transportes e acessibilidades. Importa garantir boas ligações do Algarve com o exterior e melhorar as condições de circulação dentro da região e do concelho, nomeadamente através da celebração de contratos de manutenção regular da rede viária municipal.
Numa cidade onde escasseiam as ofertas de emprego de qualidade, é urgente apostar no metro de superfície interurbano com ligações horárias a Faro e Olhão, conciliando-o na cidade e nas freguesias com transportes colectivos de passageiros assente em autocarros não poluentes, com a máxima prioridade de circulação e com horários adaptados às necessidades dos cidadãos.
Ao mesmo tempo devemos procurar que cada núcleo urbano seja pensado e edificado numa dimensão humana, com espaços de fruição para os peões e de circulação para bicicletas, reduzindo os obstáculos para as pessoas com mobilidade reduzida e melhorando a segurança dos cidadãos, preservando e valorizando a paisagem e favorecendo uma gestão de tempo que permita compatibilizar a família, o trabalho e o lazer.
A agenda da mudança passa por mais políticas sociais, por um novo urbanismo que privilegie o desenvolvimento sustentado e pela adopção de uma postura institucional que garanta maior crescimento económico.
Hoje, Tavira tem todas as condições para enfrentar os desafios do futuro com sucesso. Tavira precisa de gente em quem possa confiar. No dia 9 de Outubro, os tavirenses têm a oportunidade de voltar a acreditar!
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