O Algarve foi a região que mais cresceu nos últimos dez anos, em relação aos Censos de 2001, de acordo com os dados preliminares da operação CENSOS 2011, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), totalizando 450.484 residentes...
Em termos de sexos, há mais mulheres (51,12%) do que homens (48,88), cada uma das 186.456 famílias tem 2,4 membros e os 200.481 edifícios recenseados reunem 381.026 alojamentos
O aumento de catorze por cento deve-se às condições climáticas amenas, migração de portugueses e imigração de estrangeiros, segundo alguns, mas também pode ser a correcção de um erro de contagem dos Censos de 2001, quando o crescimento populacional ficou muito aquém da generalidade das expectativas.
Se o Algarve é uma região de atracção onde existe um conjunto de condições naturais que fixam pessoas, o aumento de pessoas na região deve-se também à migração de portugueses que vêm viver e trabalhar para o Algarve, mas também por causa de pessoas oriundas de países terceiros, como da Europa Central e Leste, África e cidadãos nórdicos.
O Algarve é também a região do país com mais nascimentos de bebés filhos de casais estrangeiros, um fator que prova a atracção que o Algarve tem tido pelas condições de desenvolvimento da sua economia.
Os novos residentes não são por natalidade intrínseca da população algarvia, mas por migração da população, quer de dentro do país, quer de fora do Algarve.
A capital do distrito do Algarve, Faro, ganhou 10,19 de população residente em relação aos últimos censos, enquanto Albufeira foi o concelho algarvio, entre os 16, que mais ganhou (28,89), logo seguido de Portimão (24,54), Lagos (21,09), Loulé (18,73), Lagoa com (11,52, Aljezur (11,27), Olhão (11,21) e Faro (10,19).
Em comparação com o Censos 2001, os dados preliminares do Censos 2011 indicam que Alcoutim foi o concelho algarvio que em dez anos perdeu mais habitantes, com uma variação negativa de 23,21%, seguido de Monchique (-13,44) e de Vila do Bispo (-1,38).
NOTA ADICIONAL - O Público dedica três páginas aos Censos 2011, destacando merecidamente o crescimento populacional do Algarve e sublinhando o declínio demográfico de Alcoutim, que fecha a primeira década do século com menos de três mil habitantes!!!
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Algarve: Fundos comunitários garantidos por aumento da população ou "regiões intermédias" europeias
in Observatório do Algarve, 11-07-2011
O Parlamento Europeu quer criar “regiões intermédias”, as que têm o Produto Interno Bruto (PIB) de 75 a 90% da média comunitária, mas aumento da população no Algarve nos censos 2011 garante por si que região beneficie “de alguns apoios para projetos estruturantes”.
As contas são do presidente da CCDRALG – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, João Faria, que considerou positivo para a região algarvia a criação de um novo conceito de “regiões intermédias” na União Europeia.
João Faria comentava a recente deliberação do Parlamento Europeu, favorável à criação de uma categoria intermédia de financiamento para regiões com um PIB (Produto Interno Bruto) per capita entre 75 e 90 por cento da média comunitária, como é o caso do Algarve.
“O que os deputados do Parlamento Europeu propõem é fazer a fusão das regiões intermédias – phasing in e phasing out –, o que vai permitir que estas regiões, em situação intermédia continuem a beneficiar de alguns apoios para projetos estruturantes”, disse à Lusa o presidente da CCDRALG.
“O facto de ter sido consagrado este conceito de região intermédia obviamente que interessa ao Algarve”, acrescentou, lembrando que os últimos dados disponíveis, que ainda não consideravam o aumento da população que se verificou nos censos de 2011, apontavam para um rendimento per capita de 86 por cento.
Aumento da População faz reduzir o rácio do PIB
João Faria referiu ainda que, só pelo facto de ter havido um aumento da população, é previsível uma diminuição do rendimento per capita, não obstante não ter dados atualizados sobre o PIB.
“Como a fórmula de cálculo para obter o rendimento per capita é dividir o PIB (Produto Interno Bruto) pela população, é evidente que, aumentando a população, diminuiu o PIB per capita”, disse.
“Só com o aumento da população – sem mexer no PIB, porque não tenho dados sobre o PIB –, o rendimento per capita no Algarve baixaria para cerca de 75 por cento da média comunitária”.
Assim, o Algarve deverá manter o acesso a fundos europeus do quadro comunitário de apoio para 2014/2020, caso o parecer favorável do Parlamento Europeu à criação de "regiões intermédias" de financiamento seja adotado pela Comissão Europeia na definição do próximo orçamento e quadro comunitário de apoio.
Segundo o Gabinete do Parlamento Europeu (PE) em Lisboa, os eurodeputados “defenderam” a criação de uma categoria intermédia de financiamento para regiões com um PIB (Produto Interno Bruto) entre 75 e 90 por cento da média comunitária, o que, em Portugal, “beneficiaria o Algarve”.
51 regiões europeias poderão beneficiar do novo estatuto
Nos diferentes países da União Europeia há atualmente 51 regiões, onde se inclui o Algarve, que têm um PIB per capita entre os 75 e os 90 por cento da média comunitária, o que não lhes permitiria aceder aos benefícios financeiros do próximo quadro comunitário de apoio para 2014/2020.
“Os parlamentares pedem à Comissão [Europeia] que apresente uma proposta que garanta a prestação de ‘ajuda transitória, adaptável, sólida e proporcionada’ às regiões cujo PIB se situa entre 75 e 90 por cento da média da UE, criando uma categoria intermédia”, refere o comunicado do Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa.
Para a Comissão de Desenvolvimento Regional do PE, a aprovação desta proposta vai permitir “abordar melhor os impactos negativos da crise económica e financeira nas regiões”.
A posição dos eurodeputados sobre as “regiões intermédias” aponta ainda para a “simplificação do acesso às ajudas, controlos mais eficazes e, também, uma melhor cooperação transfronteiriça”. (...)
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