sábado, novembro 25, 2006

Quem tinha avisado?!


O Partido Socialista quebrou a tendência para descer nas sondagens que havia revelado no mês de Outubro, assim como José Sócrates, recuperando níveis de apreciação próximos da maioria absoluta...

O partido de Marques Mendes continua a descer, pelo terceiro mês consecutivo. Em Julho, o Barómetro
DN/TSF/Marktest deu-lhe 31,9 por cento e agora já vai em 28,5, quedando-se a 15 pontos percentuais do PS. Quem é amigo e já tinha antecipado esta tendência?!

2 comentários:

Unknown disse...
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Anónimo disse...

O eixo do bem

por Vasco Pulido Valente, in Público, 2006.11.25

Uma nova sondagem dá o PS perto da maioria absoluta (43 por cento) e outra descida do PSD, para menos de 29 por cento. Sócrates também sobe (1 por cento) e Marques Mendes continua a cair (5 por cento). O que ajudou Sócrates prejudicou Marques Mendes. Primeiro, o congresso submisso e disciplinado de Santarém. E, a seguir, a extraordinária entrevista de Cavaco, que foi mais do que um apoio, foi uma adopção. A ordem, a autoridade e a competência, para não falar do "reformismo", passaram de repente da direita para a esquerda; e do PSD para o PS. Como Blair acabou em herdeiro e continuador de Thatcher, parece que Sócrates se tornou o herdeiro e o continuador de Cavaco. Para grande gozo dos "negócios", que se percebe, e com uma incondicional apologia de Soares, que não se percebe.
Salazar dizia que os portugueses, até em liberdade, preferiam sempre um poder extrapartidário (de independentes, de coligação, de "concentração"). Ora aqui o têm outra vez, sob a forma de um pequeno "Eixo do Bem", um pouco inesperado, mas lógico. Marques Mendes carrega, pelo contrário, o peso do facciosismo e do ruído. Menezes, de Gaia, não se cala. Santana resolve reaparecer em cena e, estranhamente, ainda existe gente que o leva a sério. Jardim precisa de uma visita para se acalmar. E os "barões" sussurram como de costume pelos corredores com o seu ar de importância e sabedoria. Nada disto, no fundo, interessa. Só que tudo isto cria uma atmosfera de balbúrdia, que desqualifica o PSD e contribuiu para convencer o país de que não há alternativa ao PS. Como, aliás, sucedeu durante o "cavaquismo". Ninguém conseguia imaginar a oposição no governo. E, no entanto, ela, com o tempo, lá chegou.
Hoje qualquer diletante se permite criticar Marques Mendes. Não se preocupam com certeza com a realidade do mundo. No PSD, Cavaco é intocável, mesmo quando em duas frases arrasa a política do partido. A maioria absoluta e o regimento da Assembleia reduzem o debate a uma formalidade sem sentido. E a televisão, com a sua geral repugnância por política, escolhe aleatoriamente uns soundbytes. Se Marques Mendes não se ouve, é porque não se consegue fazer ouvir. Nem ele, nem o PC, o Bloco ou CDS. O país, de resto, anda resignado ao tratamento que o "Eixo do Bem" lhe impôs. Mas, se o tratamento falhar, como falhará, sobra inevitavelmente o PSD, agora educado pelo dr. Cavaco e pelo eng. Sócrates, seu pupilo. Venha, entretanto, o que vier nas sondagens.