Após uma grande discussão na Assembleia Intermunicipal do Algarve e perante o boicote da bancada do PSD à sua votação, a Assembleia Municipal de Tavira aprovou na sessão de 24 de abril, por MAIORIA e em Minuta, uma moção em defesa dos serviços de saúde no Algarve...
Depois de um processo de
integração dos Hospitais de Lagos, Portimão e Faro no Centro Hospitalar do
Algarve (CHAlgarve) pouco participado, conflituoso, que levou ao pedido de
demissão por parte do Presidente e de uma Vogal do Conselho de Administração da
ARSA - Administração Regional de Saúde do Algarve, IP, em conflito com o
Ministro da Saúde, a situação de rutura entre o Conselho de Administração e os
profissionais do CHAlgarve, levou à tomada de posição por parte de cerca de
duas centenas de médicos dessa instituição que escreveram uma carta aberta ao
respetivo Presidente, onde, para além de consideraram que não houve “um
apropriado período de reflexão, discussão e preparação, com participação ativa
dos profissionais que trabalham na Região”, denunciam uma degradação dos
cuidados de saúde da população algarvia, sendo “frequentemente adiadas
cirurgias programadas, por falta de material cirúrgico, aumentam as faltas às
consultas médicas e (…) atrasos inaceitáveis na realização de exames
complementares, nomeadamente de imagiologia (…) os doentes com faltas de
medicamentos (doentes oncológicos e com doenças autoimunes, por ex.) com graves
reflexos na saúde destes (…) e faltas de material de uso corrente, como
seringas, agulhas, luvas” e acusam o Conselho de Administração – e muito
particularmente o seu Presidente – de uma “gestão autocrática” e de serem os
profissionais médicos “confrontados com ameaças e chantagens (…)
desconsiderando por completo a Direção Clínica”.
Ao invés de procurar pacificar a
situação interna e procurar mudar o rumo dos acontecimentos, o Presidente do
Conselho de Administração do CHAlgarve atacou os médicos, considerando falsas
as suas denúncias, desferindo um ataque cerrado a “uma parte não despicienda
que fê-lo por puro oportunismo político (…) e por se sentir lesada em direitos
que julgavam assegurados, ou para esconder a sua própria responsabilidade”,
procurando dividir os médicos entre os que tinham “boa-fé” e os que querem
manter “pequenos poderes ou vaidades”.
Mais tarde, e como se isto não bastasse, apelidou publicamente de “burros” e “tontos” os médicos do serviço de cardiologia, numa entrevista dada a um órgão de comunicação social regional, a propósito de uma nota de alta onde foi referido que o motivo da não realização do um exame (cateterismo) se deveria à escassez de material, uma vez que a situação clinica permitia o seu deferimento.
Circunstância que levou à intervenção pública do Bastonário da Ordem dos Médicos, à sua deslocação à Região para se inteirar dos factos exigindo que a Inspeção Geral das Atividades em Saúde proceda a uma Auditoria ao Centro Hospitalar do Algarve, citamos “achamos que o Ministro da Saúde tire as suas conclusões e tome providências mas que também a Inspeção Geral das Atividades de Saúde faça o seu papel e tal como já foi solicitado por escrito pela Ordem dos Médicos faça uma inspeção ao CHAlgarve” e à tomada de posição do Conselho Distrital da Ordem dos Médicos, no seu comunicado de dia 7 de Fevereiro, sobre as atitudes do Presidente do Conselho da Administração do CHAlgarve, considera “não ser lícito que sejam exercidas pressões e insultos aos médicos que cumprem com um desempenho cabal a sua atividade”.
Mais tarde, e como se isto não bastasse, apelidou publicamente de “burros” e “tontos” os médicos do serviço de cardiologia, numa entrevista dada a um órgão de comunicação social regional, a propósito de uma nota de alta onde foi referido que o motivo da não realização do um exame (cateterismo) se deveria à escassez de material, uma vez que a situação clinica permitia o seu deferimento.
Circunstância que levou à intervenção pública do Bastonário da Ordem dos Médicos, à sua deslocação à Região para se inteirar dos factos exigindo que a Inspeção Geral das Atividades em Saúde proceda a uma Auditoria ao Centro Hospitalar do Algarve, citamos “achamos que o Ministro da Saúde tire as suas conclusões e tome providências mas que também a Inspeção Geral das Atividades de Saúde faça o seu papel e tal como já foi solicitado por escrito pela Ordem dos Médicos faça uma inspeção ao CHAlgarve” e à tomada de posição do Conselho Distrital da Ordem dos Médicos, no seu comunicado de dia 7 de Fevereiro, sobre as atitudes do Presidente do Conselho da Administração do CHAlgarve, considera “não ser lícito que sejam exercidas pressões e insultos aos médicos que cumprem com um desempenho cabal a sua atividade”.
Neste contexto, a Assembleia
Municipal de Tavira, reunida em 24 de abril de 2014, delibera:
1. Demonstrar a sua solidariedade aos profissionais de saúde
do Centro Hospitalar do Algarve e em particular ao corpo médico que tudo tem
feito para defender e prestigiar os hospitais públicos do Algarve;
2. Denunciar a atual situação de degradação dos hospitais
públicos do Algarve e a gestão desastrada por parte do Conselho de
Administração do CHAlgarve, e em particular por parte do seu Presidente, que ao
invés de procurar sanar conflitos e envolver os profissionais, tudo tem feito
para os agudizar, criando condições para a saída antecipada de médicos daquela
instituição;
3. Exigir que o Ministro da Saúde deixe o silêncio e a
complacência com esta situação levando a sério aquilo que lhe foi afirmado pela
AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve“ a posição de Pedro Nunes enquanto
Presidente do Centro Hospitalar do Algarve é insustentável”;
4. Dar conhecimento da deliberação que recair sobre esta
proposta às seguintes entidades e instituições: Presidente da República,
Presidente e Grupos Parlamentares da Assembleia da República,
Primeiro-Ministro, Ministro da Saúde, Presidente da Câmara Municipal de Tavira,
Presidente do Conselho Executivo e Primeiro-Secretário da AMAL - Comunidade
Intermunicipal do Algarve, Presidentes das Câmaras e Assembleias Municipais do
Algarve, delegações regionais da Ordem dos Médicos e sindicatos do setor da
saúde; e,
5. Remeter cópia da deliberação que recair sobre esta
proposta, para conhecimento e divulgação, aos órgãos de comunicação social
locais, regionais e nacionais."
Sem comentários:
Enviar um comentário