Apesar do PEC e das dificuldades notórias da nossa economia, parece que ainda há por aí quem não tenha abandonado a ideia peregrina de trazer o TGV para o Algarve...
Vem isto a propósito da Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2010, que aprova o novo Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo, onde é sublinhada a importância estratégica dos eixos ferroviários que atravessam a região, destacando-se a "importância fundamental da linha mista de alta velocidade, que permitirá a ligação de Lisboa e Madrid, com estações em Évora e Caia/Badajoz, e, em fase posterior, pós 2015, a ligação a Faro e a Huelva/Sevilha (com estação em Beja)."
Este novo instrumento de planeamento e desenvolvimento territorial, que revoga os Planos Regionais de Ordenamento do Território do Alentejo Litoral, da Zona Envolvente de Alqueva e da Zona dos Mármores, aprovados, respectivamente, pelo Decreto Regulamentar n.º 26/93, de 27 de Agosto, e pelas Resoluções do Conselho de Ministros n.os 70/2002, de 9 de Abril, e 93/2002, de 8 de Maio, é relevante da vontade clara de posicionar o Alentejo no centro dos eixos de transportes, valorizando as ligações do porto de Sines a Espanha como factores determinantes do desenvolvimento regional.
No caso do Algarve, quando as portagens na Via Infante de Sagres parecem cada vez mais inevitáveis, o seu conteúdo é digno de reflexão. Parece que em Lisboa continua a ver-se a região com um sítio de passagem... de férias ou em direcção a Espanha. Mais do que qualquer TGV, o Algarve necessita de vias seguras e eficazes, que resolvam os problemas de mobilidade interna e garantam uma ligação eficaz à Andaluzia. Precisamos de investimentos à nossa medida, que proporcionem emprego e sejam sustentáveis!
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