(Publicado na edição de Março de 2005 da revista ALGARVE MAIS)
Portugal acreditou e tem uma nova maioria para os próximos quatro anos. Para ultrapassar a crise, precisávamos de estabilidade e apostámos na esperança. Os portugueses deram uma maioria de responsabilidade absoluta a José Sócrates!
No dia 20 de Fevereiro, acabou um ciclo de três anos de desnorte, instabilidade e populismo. Os portugueses optaram por quem falou verdade e não escondeu os sacrifícios que ainda são necessários. A democracia que Abril viu nascer está mais madura, os eleitores disseram não ao autismo e à arrogância. Querem honestidade e responsabilidade, exigem competência e transparência, impõem dignidade e sobriedade!
Esta maioria de confiança atribuiu ao Partido Socialista poder e legitimidade para enfrentar a dura tarefa de governar com serenidade até Outubro de 2009. Permitem-lhe colocar em prática todas as propostas incluídas nas bases programáticas, sem ficar preso a quaisquer interesses corporativos ou posicionamentos conjunturais!
As fragilidades e os problemas foram identificados em conjunto com inúmeros cidadãos que deram corpo ao movimento Novas Fronteiras. Foram estabelecidos objectivos ambiciosos e concretizáveis com uma grande mobilização nacional. Nas urnas, os portugueses disseram que acreditavam e aceitavam o desafio!
A inovação, o crescimento económico, a justiça social, a redução do desemprego, o combate à pobreza e o aprofundamento da construção europeia são propostas para colocar em prática com uma exigência redobrada. Vai ser necessário o empenhamento de todos e uma motivação excepcional de cada português, das empresas e dos serviços públicos.
A desburocratização, a modernização e a simplificação do relacionamento dos cidadãos e das empresas com a Administração Pública são prioridades que não podem ser contornadas.
Os serviços do Estado devem ser os primeiros a investir nas virtualidades do Plano Tecnológico, para gastar de forma mais eficaz cada euro dos impostos que todos nós pagamos, para reduzir a despesa pública e disponibilizar mais recursos para o desenvolvimento da nossa competitividade internacional, melhorando os índices de coesão social e territorial.
Os compromissos assumidos com os algarvios são para cumprir. Aliás, já foram suficientemente castigados por terem dado a vitória ao PS em 2002, contra a corrente nacional. Basta de imobilismo e de acomodação!
A construção do Hospital Central e a criação da Faculdade de Medicina vão concretizar-se. As universidades e as empresas vão ter um ponto de encontro da rede pólos e centros tecnológicos. O alargamento da educação pré-escolar e da rede de serviços sociais vai ser uma realidade. Vamos retomar o programa das bibliotecas e arquivos municipais e concluir os Polis de Albufeira, Lagos e Silves. Vamos tornar as cidades do Algarve mais aprazíveis para habitantes e visitantes, o turismo vai ser qualificado e proporcionar mais e melhores empregos. Vamos avançar com soluções ferroviárias nos percursos suburbanos e regionais. Não vamos ter portagens na Via do Infante e as ligações aos principais núcleos urbanos vão ser concluídas.
O desenvolvimento sustentado e solidário do Algarve é parte integrante do percurso para a regionalização. É tempo de ter um rumo certo e acreditar no futuro da região!
Felizmente, o Presidente da República interpretou correctamente os desejos dos portugueses, que acorreram exemplarmente às urnas e votaram de forma inequívoca. Como salientou Vital Moreira, Jorge Sampaio “criou doutrina constitucional ao pôr fim a um governo de maioria em caso de degradação extrema da governação”. Agora, é preciso mudar de vida e enfrentar com determinação os problemas de Portugal!
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