quinta-feira, abril 15, 2004

Somos 455 milhões...

(Publicado na edição de 15 de Abril de 2004 do jornal POSTAL DO ALGARVE)

No próximo dia 13 de Junho, os cidadãos dos 25 Estados-membros da União Europeia (UE) elegem os 732 deputados do Parlamento Europeu. Este é apenas um dos três episódios importantes que marcam 2004 com um ano fundamental do papel da Europa no Mundo...

Quinze anos apenas sobre a queda do Muro de Berlim, dez novos países vão entrar neste espaço de paz, alargando as suas fronteiras a sul e a leste, redimensionando uma zona onde os cidadãos circulam livremente e as trocas comerciais não têm barreiras. O euro já é a moeda de doze destes Estados e abrem-se novas perspectivas de negócio numa das zonas mais prósperas do planeta.

Na sequência da Convenção sobre o Futuro da Europa, que se reuniu em 2002 e 2003, vão ser redefinidos os seus valores fundamentais, decidido aquilo que os europeus querem fazer em conjunto, quem serão os executores ou como tomar as decisões. Apesar de alguns percalços, a adopção da Constituição Europeia será o próximo passo...

Os organismos europeus ainda hoje são vistos com alguma desconfiança. Maioritariamente instalados no centro da Europa, são reduzidos os esforços dos seus titulares para aumentar a sua visibilidade e raras vezes são prestadas contas sobre o seu funcionamento. Com a aproximação das Eleições para o Parlamento Europeu, assiste-se ao redobrar de acções para recuperar o tempo perdido, mas creio que é sempre tarde...

Os titulares desses cargos, sejam do Parlamento Europeu, do Comité das Regiões ou de qualquer outro, deveriam assumir uma prática constante de divulgação das suas iniciativas e das consequências na vida das pessoas, em colaboração com os Organismos de Informação Europeia existentes em cada Estado-membro. Não foi assim no passado, esperamos que seja no futuro!

Eleito de cinco em cinco anos, o Parlamento Europeu intervém em numerosas decisões que influenciam a vida quotidiana dos europeus, para além de aprovar o orçamento da UE e de adoptar a maior parte das “leis” europeias propostas pela Comissão Europeia, conjuntamente com o Conselho de Ministros.

O processo legislativo pode parecer complicado, mas resulta de uma caminhada passo a passo onde participam os 25 Estados-membros, cujas posições vão sendo ajustadas e aproximadas. Com alguma frequência, torna-se necessário proceder à formação de um comité de conciliação, composto por representantes dos três órgãos, e que dará origem á apresentação de um projecto comum para aprovação final no Parlamento Europeu.

Nesta legislatura, foram votadas um conjunto de decisões que mexem nos nossos interesses imediatos tais como, a título de exemplo, a consulta obrigatória aos trabalhadores quando uma empresa decidir alterar a relação de emprego ou a organização laboral, a redução do teor de enxofre nos carburantes e a sua eliminação a partir de 2009, as novas medidas para reduzir a mortalidade relacionada com o tabaco e os efeitos do tabagismo passivo, o fim das experiências com animais na produção de cosméticos, a responsabilização dos fabricantes na eliminação ambientalmente correcta dos resíduos electrónicos, a proibição de entrada nos portos europeus de petroleiros de cascos simples que transportem fuelóleo pesado ou o aumento das dotações do programa Sócrates / Erasmus, que oferece aos universitários a oportunidade de fazerem parte dos seus estudos noutra universidade europeia...

Estas são as marcas do Parlamento Europeu, não perca a SUA oportunidade de marcar a Europa!

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